Situações familiares na obesidade exógena infantil do filho único Family situations in the childhood obesity of the only child
Este é um trabalho qualitativo cujo objetivo foi aprofundar a compreensão da dinâmica familiar de filhos únicos obesos na infância. Crianças de oito famílias participaram do estudo: quatro meninos e quatro meninas, entre 7 e 10 anos, de grupo socioeducacional alto e baixo com avaliação nutricional p...
Main Authors: | , |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Universidade de São Paulo
2011-06-01
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Series: | Saúde e Sociedade |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902011000200021 |
Summary: | Este é um trabalho qualitativo cujo objetivo foi aprofundar a compreensão da dinâmica familiar de filhos únicos obesos na infância. Crianças de oito famílias participaram do estudo: quatro meninos e quatro meninas, entre 7 e 10 anos, de grupo socioeducacional alto e baixo com avaliação nutricional para obesidade: IMC acima do percentil 97. Foram aplicados no domicílio os seguintes instrumentos: entrevista semiestruturada, teste projetivo Scenotest e avaliação nutricional. A análise apoiou-se na teoria das configurações vinculares (Berenstein e Puget). Os resultados apontaram dinâmicas familiares envolvendo contextos de natureza social, cultural e histórica da sociedade que parecem favorecer ambas as condições: a da obesidade infantil e a de filho unigênito. Elementos sociais enfatizando o individualismo se refletem em nível familiar e íntimo. Assim, a criança pode vir a encontrar, logo ao nascer, condições propiciadoras para que a vinculação básica com a figura materna não se processe de modo pleno, ocasionando deslocamento de parte do que não recebe para a satisfação no alimento. Além disso, a cultura do consumo interfere no modo e tipo de alimentação oferecida, na ludicidade e da sociabilidade infantil, assim como o estreitamento das possibilidades vinculares: intrapessoais, interpessoais, transpessoais, acrescentando-se o fato de não ter irmãos. Esse estudo mostrou que, embora nem todo filho único seja obeso e nem todo obeso seja filho único, uma condição pode ser facilitadora da outra na medida em que a situação sociocultural-histórica da sociedade de consumo hipermoderna parece direcionar a família a ambas as condições.<br>This study aims to deepen the understanding of the family dynamics of obese only children using a qualitative methodology. Its sample included eight families: four girls and four boys between 7 and 10 years old from high and low social-educational groups, with a nutritional evaluation for obesity: body mass index (BMI) > 97th percentile. The following instruments were applied at their homes: a semi- structured interview, the projective Scenotest and a nutritional evaluation. The analysis was based on the theory of bond configurations (Berenstein and Puget). Its results showed that family dynamics involving contexts of social, cultural and historical nature of the society seem to favor both conditions: child obesity and only child. Social elements emphasizing individualism reflect on the familial and intimate level. The child can face, as soon as he/she is born, conditions for an unsatisfactory basic bond with the mother. The lack of a bond drives the child's satisfaction to food. Besides, the consumer culture interferes with the kind of food that is offered and with the way it is offered, and with the child's social skills; furthermore, it interferes with the decrease in the creation of possible bonds: intrapersonal, interpersonal and transpersonal, in addition to the fact that the child does not have siblings. This study showed that, although not every only child is obese and although not every obese child is an only child, one condition can be a facilitator of the other, as the social, cultural and historical situation of the hypermodern consumer society seems to lead the family to both conditions. |
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ISSN: | 0104-1290 1984-0470 |