A Escritura como Cicatriz

O presente trabalho se propõe a pensar o movimento de inscrição de um lugar de leitura para o texto, que o sujeito, em sua função autor, empreende, como uma operação denegatória da alteridade que o constitui e que lhe escapa, não sendo, a função autor, por isso, passível de instrumentação. Para tant...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Simone Moschen Rickes
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal do Rio Grande do Sul 2002-06-01
Series:Educação & Realidade
Subjects:
Online Access:https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/25938
Description
Summary:O presente trabalho se propõe a pensar o movimento de inscrição de um lugar de leitura para o texto, que o sujeito, em sua função autor, empreende, como uma operação denegatória da alteridade que o constitui e que lhe escapa, não sendo, a função autor, por isso, passível de instrumentação. Para tanto, recorremos aos conceitos de heterogeneidade mostrada e de heterogeneidade constitutiva, tal como propostos por Authier Revuz, tecendo-os aos fios da noção de denegação – verneinung – em Freud. Dessa tessitura emerge a escrita como operação que faz trabalhar a falta que é constitutiva do sujeito. Esse trabalho se vê atravessado por um movimento paradoxal pois, ao procurar apagar a referida falta, não faz outra coisa senão revelá-la. Sua elaboração problematiza a educação instrumentadora de um sujeito que, em uma condição de domínio, usaria a escrita para se expressar. A escrita é proposta, não unicamente como produto, mas, antes de tudo, como produtora de um lugar de sujeito / autor.
ISSN:0100-3143
2175-6236