Intuição do caos e inversão do ônus da prova

O objetivo deste artigo é compreender, de forma sumária, a concepção de perspectivismo em Nietzsche. Basicamente, argumenta-se a fim de mostrar que tão plausível quanto intuir que o mundo é em si mesmo ordenado, como fez a tradição, é intuir que o mundo é caótico, como fez Nietzsche. Ocorre que, se...

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Bibliographic Details
Main Author: Thiago Mota
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Estadual do Ceará 2021-08-01
Series:Kalagatos
Online Access:https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/6454
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description O objetivo deste artigo é compreender, de forma sumária, a concepção de perspectivismo em Nietzsche. Basicamente, argumenta-se a fim de mostrar que tão plausível quanto intuir que o mundo é em si mesmo ordenado, como fez a tradição, é intuir que o mundo é caótico, como fez Nietzsche. Ocorre que, se se admite a simplicidade como critério de decisão entre argumentações plausíveis concorrentes, valendo-se da navalha de Ockham, temos que reconhecer que intuir o caos é menos que intuir a ordem, pois isto implica um comprometimento ontológico maior que aquilo. Desse modo, o ônus da prova vê-se invertido, passando a caber àquele que pressupõe a ordem provar que ela de fato existe. Assim, enquanto não se chegar a tal prova, partir da intuição do caos será mais simples e, por conseguinte, mais plausível. Por fim, defendemos que o perspectivismo de Nietzsche, sua filosofia experimental, é uma posição plausível porque nasce precisamente da intuição do caos.
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