Summary: | Em meados do século XVIII, a concepção providencialista da história, formulada pela teologia e veiculada pela pregação católica, viu-se, paulatinamente, abalada. Por isso, os segmentos letrados da Igreja, religiosos e laicos, enfrentaram o desafio epistêmico de sustentar essa concepção como significativa, no âmbito de uma cultura que autonomizava o processo histórico da ação divina e das leis naturais. Na tentativa de manter como performativa a mensagem de fé, alguns discursos católicos, a partir da segunda metade do século XVIII, mostraram-se receptivos à experiência e às mudança históricas, desde que em afinidade com a reflexão moral e com a apologética, especialmente, desenvolvidas naquela conjuntura, e que tiveram em Afonso de Ligório e em Chateaubriand dois de seus maiores expoentes.
|