RELATO DE CASO: LINFOMA DE HODGKIN COM MÚLTIPLAS RECIDIVAS

Introdução: Linfoma de Hodgkin (LH) representa aproximadamente 7% dos cânceres infantis no Brasil. A maioria das crianças (80%) com LH apresenta linfadenopatia indolor, geralmente cervical, supraclavicular ou axilar. Apesar de ser uma neoplasia altamente responsiva, com quase 70% dos pacientes curad...

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Bibliographic Details
Main Authors: LM Lorenzini, VT Almeida, MFL Pezzi, AH Schuck, TS Hahn, LV Calderan, BK Losch, EW Silva, KCN Corbellini, A Kittel, ACF Segatto
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 2023-10-01
Series:Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137923008040
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author LM Lorenzini
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description Introdução: Linfoma de Hodgkin (LH) representa aproximadamente 7% dos cânceres infantis no Brasil. A maioria das crianças (80%) com LH apresenta linfadenopatia indolor, geralmente cervical, supraclavicular ou axilar. Apesar de ser uma neoplasia altamente responsiva, com quase 70% dos pacientes curados após quimioterapia de primeira linha, 10 a 20% dos pacientes sofrem de doença recidivante ou refratária. Objetivo: Relatar um caso de linfoma Hodgkin com três recidivas. Relato de caso: Paciente masculino, 6 anos, encaminhado ao hospital terciário em fevereiro de 2019, por linfonodomegalias em região cervical, sem nenhum outro sintoma associado, além de elevação de LDH: 604, anemia leve e leucocitose com predomínio de neutrófilos maduros. Seguiu-se com exames radiográficos, os quais evidenciaram múltiplas linfonodomegalias distribuídas ao longo das cadeias linfonodais cervicais bilateralmente, além de múltiplos linfonodos mesentéricos proeminentes. Realizada biópsia de linfonodo cervical com resultado de linfoma de Hodgkin subtipo esclerose nodular. Iniciou tratamento com 6 ciclos de AVD, tendo recidiva da doença após 6 meses, necessitando de tratamento de resgate com 4 ciclos de DHAP associado a 25 sessões de radioterapia devido a persistência de doença em escápula direita. É realizada uma coleta de células tronco (07/20) e o paciente termina radioterapias em novembro de 2020. É evidenciado nova recidiva, sendo iniciado o protocolo ICE alcançando nova remissão e seguindo com transplante de células tronco hematopoéticas autólogo (auto-TCTH). Todavia, durante acompanhamento após o transplante é evidenciado recidiva em andar superior do abdômen, sendo optado por radioterapia complementar, não apresentando novas lesões desde então. Discussão: Nos últimos trinta anos houve uma melhora significativa no prognóstico dos pacientes portadores de LH, a probabilidade de sobrevida livre de doença aos cinco anos de observação é de aproximadamente 90% para crianças com doença localizada e de 75% para aquelas com doença disseminada. Geralmente, o paciente com linfoma de Hodgkin atingirá uma remissão completa após o tratamento inicial, conquistando o controle da doença a longo prazo. No entanto, a recidiva pode ocorrer em 10-15% dos pacientes com LH de prognóstico favorável e em 15-30% dos pacientes com LH mais avançado. A doença recidivante é definida como aquela que têm reaparecimento três ou mais meses após a obtenção de uma resposta completa. Nesses casos, o objetivo do tratamento é alcançar o controle da doença em longo prazo, limitando a toxicidade e as complicações da terapia. Por isso, a escolha é a quimioterapia de resgate seguida de consolidação com Auto-TCTH, as pessoas que recaem após o transplante constituem um subgrupo de mau prognóstico. Conclusão: Dessa forma, para pacientes com LH recidivado, o Auto-TCTH é a principal opção terapêutica. Se o LH recidivar após o transplante, o tratamento deve ser individualizado, buscando aumento da sobrevida e controle da doença com manutenção da qualidade de vida e proporcionando o mínimo de toxicidade ao paciente.
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