Crise, Estado social e desafios do sindicalismo: breve reflexão sobre a Europa

Atualmente a questão sindical encontra-se numa encruzilhada da qual dificilmente sairá sem sofrer danos profundos no seu actual modelo. Na verdade, o sindicalismo tradicional - mesmo aquele que sempre se reivindicou de sindicalismo "de classe" - vem desde há muito dando sinais de esgotamen...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Elísio Estanque
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal do Paraná 2013-06-01
Series:Educar em Revista
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40602013000200003&tlng=pt
_version_ 1818001935992619008
author Elísio Estanque
author_facet Elísio Estanque
author_sort Elísio Estanque
collection DOAJ
description Atualmente a questão sindical encontra-se numa encruzilhada da qual dificilmente sairá sem sofrer danos profundos no seu actual modelo. Na verdade, o sindicalismo tradicional - mesmo aquele que sempre se reivindicou de sindicalismo "de classe" - vem desde há muito dando sinais de esgotamento. Considerando a Europa e todo o seu legado social, é impossível qualquer reflexão sobre este assunto sem, ao mesmo tempo, dar conta das principais linhas de mudança que ocorreram no velho continente desde as primeiras décadas do século XX, tanto no plano sociolaboral como na esfera política e da actividade do Estado. O movimento sindical europeu bateu-se pelos direitos laborais e participou nas mais intensas lutas anticapitalistas do século XIX, mas acabou tomando parte do compromisso histórico que fabricou (à sombra do Estado-providência) as "classes médias" e levou ao poder a social-democracia. Ao mesmo tempo, não conseguiu acompanhar a dinâmica que transformou o trabalho e que germinou sucessivos movimentos sociais fora do seu controlo. Desde os anos sessenta às actuais lutas contra a precariedade e os défices democráticos, passando pelos movimentos anti-globalização neoliberal e terminando nos novos activismos dos "ciberespaços", as novas linguagens e repertórios que mais mobilizaram a juventude em diferentes gerações foram, ou são, experiências relativamente laterais às estruturas sindicais e suas lideranças. Será que a intensidade da actual crise e a sua pressão esmagadora sobre o mundo do trabalho - e as classes médias europeias - fará despertar os sindicatos e retirá-los do colete de forças burocrático em que se deixaram enredar? Partindo desta realidade, o presente texto pretende traçar um balanço crítico do sindicalismo mundial e questionar os desafios que hoje se lhe colocam.
first_indexed 2024-04-14T03:40:33Z
format Article
id doaj.art-6fcdadfb35d742199521a6067bfa4932
institution Directory Open Access Journal
issn 0104-4060
language English
last_indexed 2024-04-14T03:40:33Z
publishDate 2013-06-01
publisher Universidade Federal do Paraná
record_format Article
series Educar em Revista
spelling doaj.art-6fcdadfb35d742199521a6067bfa49322022-12-22T02:14:33ZengUniversidade Federal do ParanáEducar em Revista0104-40602013-06-0148233710.1590/S0104-40602013000200003Crise, Estado social e desafios do sindicalismo: breve reflexão sobre a EuropaElísio Estanque0Universidade de CoimbraAtualmente a questão sindical encontra-se numa encruzilhada da qual dificilmente sairá sem sofrer danos profundos no seu actual modelo. Na verdade, o sindicalismo tradicional - mesmo aquele que sempre se reivindicou de sindicalismo "de classe" - vem desde há muito dando sinais de esgotamento. Considerando a Europa e todo o seu legado social, é impossível qualquer reflexão sobre este assunto sem, ao mesmo tempo, dar conta das principais linhas de mudança que ocorreram no velho continente desde as primeiras décadas do século XX, tanto no plano sociolaboral como na esfera política e da actividade do Estado. O movimento sindical europeu bateu-se pelos direitos laborais e participou nas mais intensas lutas anticapitalistas do século XIX, mas acabou tomando parte do compromisso histórico que fabricou (à sombra do Estado-providência) as "classes médias" e levou ao poder a social-democracia. Ao mesmo tempo, não conseguiu acompanhar a dinâmica que transformou o trabalho e que germinou sucessivos movimentos sociais fora do seu controlo. Desde os anos sessenta às actuais lutas contra a precariedade e os défices democráticos, passando pelos movimentos anti-globalização neoliberal e terminando nos novos activismos dos "ciberespaços", as novas linguagens e repertórios que mais mobilizaram a juventude em diferentes gerações foram, ou são, experiências relativamente laterais às estruturas sindicais e suas lideranças. Será que a intensidade da actual crise e a sua pressão esmagadora sobre o mundo do trabalho - e as classes médias europeias - fará despertar os sindicatos e retirá-los do colete de forças burocrático em que se deixaram enredar? Partindo desta realidade, o presente texto pretende traçar um balanço crítico do sindicalismo mundial e questionar os desafios que hoje se lhe colocam.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40602013000200003&tlng=ptsindicalismomovimento de trabalhadores
spellingShingle Elísio Estanque
Crise, Estado social e desafios do sindicalismo: breve reflexão sobre a Europa
Educar em Revista
sindicalismo
movimento de trabalhadores
title Crise, Estado social e desafios do sindicalismo: breve reflexão sobre a Europa
title_full Crise, Estado social e desafios do sindicalismo: breve reflexão sobre a Europa
title_fullStr Crise, Estado social e desafios do sindicalismo: breve reflexão sobre a Europa
title_full_unstemmed Crise, Estado social e desafios do sindicalismo: breve reflexão sobre a Europa
title_short Crise, Estado social e desafios do sindicalismo: breve reflexão sobre a Europa
title_sort crise estado social e desafios do sindicalismo breve reflexao sobre a europa
topic sindicalismo
movimento de trabalhadores
url http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40602013000200003&tlng=pt
work_keys_str_mv AT elisioestanque criseestadosocialedesafiosdosindicalismobrevereflexaosobreaeuropa