“Reaprender a ver o mundo”: o cinema como educação do olhar

Resumo O presente artigo apresenta o cinema como uma experiência de educação vivenciada a partir do olhar. Para tanto, parte-se da constatação do problemático esquecimento da potência epistêmica da visibilidade nas práticas educativas. Inicialmente, retoma-se o momento platônico de fixação do paradi...

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Main Authors: Avelino Aldo de Lima Neto, Terezinha Petrucia da Nóbrega
Format: Article
Language:English
Published: Universidade de São Paulo, Faculdade de Educação 2018-03-01
Series:Educação e Pesquisa
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spelling doaj.art-70070b72904546598f88b9fab9b673172023-08-02T07:37:26ZengUniversidade de São Paulo, Faculdade de EducaçãoEducação e Pesquisa1678-46342018-03-0144010.1590/s1678-463420180144162138S1517-97022018000100436“Reaprender a ver o mundo”: o cinema como educação do olharAvelino Aldo de Lima NetoTerezinha Petrucia da NóbregaResumo O presente artigo apresenta o cinema como uma experiência de educação vivenciada a partir do olhar. Para tanto, parte-se da constatação do problemático esquecimento da potência epistêmica da visibilidade nas práticas educativas. Inicialmente, retoma-se o momento platônico de fixação do paradigma gramatical e a sua associação à uma determinada postura corporal – estar sentado –, com a consequente exclusão da visão e do movimento. Tal postura é retomada com o cinema, fundador de uma inteligência que não despreza, mas suplanta a enunciação linguística, uma vez que se enreda nas dinâmicas da visibilidade, possíveis graças à articulação entre as duas supracitadas categorias excluídas por Platão. Esta abordagem é desenvolvida a partir do aporte teórico com um texto fundamental da filosofia francesa contemporânea: O olho e o espírito, de Merleau-Ponty, que reabilita epistêmica e ontologicamente o corpo – e, por conseguinte, a visão e o movimento. Esta exploração se efetiva na descrição de algumas cenas do filme Vermelho como o céu, nas quais o espectador é convocado a desdobrar-se numa performance visual, solicitando-lhe imergir numa tensão entre as intenções do cineasta e as exigências das próprias imagens. Conclui-se indicando elementos oriundos da referida performance, que apontam elementos para uma reconfiguração educativo-epistêmica a partir do olhar. Através dele, o protocolo da percepção e o registro do inteligível são atordoados. O cinema como educação do olhar faculta-nos modos outros de dizer, de ver, de pensar a realidade educativa, exigindo, doravante, uma epistemologia que dê conta das exigências das imagens.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022018000100436&lng=en&tlng=enCinemaEducaçãoOlharVisibilidadeImagem
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