Summary: | A descrição da flexão, em compêndios gramaticais e livros didáticos, não é relacionada, muitas vezes, à realidade do aluno e ao texto. Em geral, abordam-se tempos que caíram em desuso e são desconhecidos do aluno como se tais dados fossem do cotidiano do estudante (BASSO; PIRES DE OLIVEIRA, 2012; FRANCHI, 2006). Além do enfoque exagerado na análise de marcas de modo-tempo (MT) e número-pessoa (NP) desconhecidas, não há ênfase no significado, não se utilizam critérios científicos para definir esse processo morfológico e não se estabelece a relação entre estratégias flexionais e produção/leitura de texto (VIVAS et al., 2019; VIVAS; GONÇALVES, 2020). Desta forma, o presente artigo visa a colaborar para reflexões acerca do ensino da flexão, tendo em vista não só o status morfológico desse expediente, mas também seu papel textual/discursivo, à luz de pressupostos da Linguística Textual (KOCH; ELIAS, 2016). Analisamos um editorial do jornal e memes extraídos da internet, relacionando as estratégias flexionais utilizadas ao efeito de sentido gerado por tais formas nesses textos. Assim, além de abordar novos usos da flexão, propomos estratégias de ensino com o objetivo de promover uma análise linguística atrelada à leitura e à produção de sentidos, conforme apregoam os documentos oficiais sobre ensino de língua portuguesa.
|