Summary: | Este artigo discute, sob uma perspectiva jurídica, a noção de técnica/tecnologia
na teoria dos sistemas sociais autopoiéticos de Niklas Luhmann. Para tanto, estabelece
um diálogo com três pinturas de Richard Lindner, de modo a problematizar
a observação luhmanniana da tecnologia e a hipótese da autopoiese tecnológica desenvolvida
por pensadores contemporâneos, como Reichel e Rafael. Trata-se de uma
pesquisa de revisão literária e com a análise das imagens baseadas em uma dialética
entre a organização pictórica do mechanical cubism de Lindner e as problematizações
luhmannianas sobre a tecnologia. Como resultado, observa-se que não há elementos
capazes de marcar a hipótese de uma genuína autopoiese tecnológica, mas não há nada
que sinalize a sua impossibilidade, em uma sociedade na qual cada vez mais o caos da
simultaneidade se torna um problema de seletividade permanente.
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