Summary: | Este artigo propõe uma leitura do romance Literatura argentina (2012) do argentino Pablo Farrés. A hipótese principal afirma que a animalidade nessa narrativa, articulada na figura do cachorro, estabelece um nexo entre o baixo materialismo corporal e a percepção esquizofrênica alucinatória. Literatura argentina constitui uma exploração do artifício humano em termos de memória das espécies e questionamento da subjetividade individual. Nessa perspectiva, a esquizofrenia é a percepção não individual, não especista do mundo que o ser vivo habita. Literatura, para Farrés, é a enunciação coletiva de uma espécie que explora seu fundamento não humano, sugerindo um evolucionismo que remonta ao cão como ancestral primordial.
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