UM CURRÍCULO DE CONTOS DE FADAS DA DIFERENÇA

Neste artigo buscamos mostrar a criação de outros possíveis no que se refere a gênero por meio dos Contos de Fadas. Embora, historicamente, tais contos tenham sido criados com base em modelos de feminilidade e masculinidade que reiteram as normas prevalentes de gênero, neste trabalho são analisados...

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Bibliographic Details
Main Authors: Maria Beatriz de Freitas Vasconcelos, Maria Carolina da Silva Caldeira
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Estadual de Maringá 2023-09-01
Series:Imagens da Educação
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Online Access:https://ojs.uem.br/ojs/index.php/ImagensEduc/article/view/65605
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spelling doaj.art-71aa3030743547d8a2690ead29992cf12023-09-24T18:36:58ZengUniversidade Estadual de MaringáImagens da Educação2179-84272023-09-0113310.4025/imagenseduc.v13i3.65605UM CURRÍCULO DE CONTOS DE FADAS DA DIFERENÇAMaria Beatriz de Freitas Vasconcelos0Maria Carolina da Silva Caldeira1Universidade Federal de Minas Gerais - UFMGUniversidade Federal de Minas Gerais - UFMG Neste artigo buscamos mostrar a criação de outros possíveis no que se refere a gênero por meio dos Contos de Fadas. Embora, historicamente, tais contos tenham sido criados com base em modelos de feminilidade e masculinidade que reiteram as normas prevalentes de gênero, neste trabalho são analisados seis livros de Contos de Fadas contemporâneos que compõem um currículo cultural em que diferentes feminilidades são construídas. Por meio desses novos contos, há um significativo deslocamento: se, há tempos, os Contos de Fadas ensinam uma lógica adultocêntrica e dicotômica, há, nessas narrativas contemporâneas, uma busca por realçar o protagonismo infantil, borrar os binarismos e dar espaço para a diferença. O objetivo do artigo é, então, mostrar que diferentes técnicas produzem uma força performativa, que constrói inventivamente outras feminilidades, com condutas subversivas, por meio de corpos de crianças-meninas. Argumentamos que, nesse currículo cultural, a força performativa produz posições de sujeito criança-menina que contestam padrões de beleza: criança-menina-corajosa-e-valente-astuta-perigosa-destemida e criança-menina-que-salva-a-si-mesma. Assim, a resistência desse currículo ensina performances, com base na concepção de que a literatura, como expressão de arte, tem a potencialidade de extrapolar as relações de poder-saber engendradas, estabelecendo-se também como espaço de transgressão e proliferação da diferença. https://ojs.uem.br/ojs/index.php/ImagensEduc/article/view/65605Currículo cultural; relações de poder; resistência; literatura infantil.
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