Summary: | Essa pesquisa tem a finalidade mostrar o processo de tombamento que resultou no reconhecimento patrimonial, pelo Estado do Rio Grande do Sul, do Clube Social Negro 24 de Agosto, fundado em 1918, na cidade de Jaguarão, fronteira sul do Brasil com o Uruguai. Esta associação mostra a resistência negra no pós-abolição, onde o preconceito e o pouco acesso aos espaços de sociabilidade era uma realidade vivida pela maioria dos negros do município. Apesar da preocupação de órgãos de preservação patrimonial, que o incluíram na categoria de “clubes sociais negros”, esta agremiação étnica encontrava-se, ameaçada de extinção por conta de uma ação judicial que culminou no leilão de sua sede social, o que mobilizou sobremaneira a comunidade local para a participação nesta pesquisa. O aporte teórico-metodológico desse estudo procurou o diálogo entre a antropologia e a história, realizando, concomitantemente, uma etnografia “da duração” e levantamentos em jornais de circulação local que abarcam o período compreendido entre 1918 a 1960, além da consulta nas atas do Círculo Operário Jaguarense, sociedade que mantinha intensa atividade junto à comunidade negra.
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