Summary: | Objectivos: Identificar os tratamentos farmacológicos e não farmacológicos mais recomendados na abordagem da fibromialgia, com base no nível de evidência científica.
Fontes de dados e métodos de revisão: Revisão bibliográfica na Medline, via plataformas PubMed e Medscape, consulta de livros de texto especializados e textos de apoio fornecidos em congresso, entre 2005 e 2008.
Resultados: Foram seleccionados, com base nos critérios de inclusão, duas normas de orientação clínica, dois artigos de revisão sistemática e 3 artigos de revisão baseada na evidência.
O crescente aparecimento de estudos resultou em novas evidências científicas na abordagem terapêutica desta patologia. As guidelines da «American Pain Society» - 2005, privilegiam a confirmação diagnóstica, a educação do doente, a avaliação e tratamento de co-morbilidades. As guidelines da «European League against Rheumatism» - 2007, acrescentam que as co-morbilidades, o tipo e intensidade dos sintomas são importantes na selecção do tratamento inicial. Os americanos preconizam, como primeira linha, a utilização de antidepressivos tricíclicos e da ciclobenzaprina. Contudo, estudos mais recentes, comprovam a maior eficácia dos inibidores selectivos da recaptação da serotonina e norepinefrina, bem como dos alfa-2-delta ligandos-pre-gabalina, estes nos doentes com predomínio de distúrbios do sono e ansiedade. Na ausência de resposta clínica à monoterapia, a associação destas duas abordagens é uma hipótese. Ambas as guidelines consideram como fármacos de segunda linha os analgésicos e anti-inflamatórios. Quanto à terapêutica não farmacológica, ambas recomendam o exercício físico e a terapia cognitivo-comportamental. É consensual que a combinação da terapêutica farmacológica e não farmacológica, numa abordagem multidisciplinar, deverá ser a primeira opção, ainda que de uma forma individualizada.
Conclusão: A fibromialgia implica um elevado consumo de recursos de saúde, devendo ser abordada perspectivando o indivíduo, enquanto unidade bio-psico-social, e encarada como uma realidade, à luz dos estudos recentes.
Novos estudos deverão ser realizados na tentativa de melhor compreender a fisiopatologia e, assim, desenvolver novas e mais adequadas abordagens terapêuticas.
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