Reflexões sobre o movimento passe livre e outros "novos movimentos sociais"

Em 6 de junho de 2013, o Movimento Passe Livre iniciou um protesto muito agressivo contra o aumento das tarifas de ônibus e metrô em São Paulo, Brasil. Em uma jornada de duas semanas, o movimento organizou seis protestos que bloquearam algumas das avenidas mais importantes de São Paulo. Após os prot...

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Bibliographic Details
Main Author: Pablo Ortellado
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Estadual de Londrina 2013-12-01
Series:Mediações: Revista de Ciências Sociais
Subjects:
Online Access:https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/17666
Description
Summary:Em 6 de junho de 2013, o Movimento Passe Livre iniciou um protesto muito agressivo contra o aumento das tarifas de ônibus e metrô em São Paulo, Brasil. Em uma jornada de duas semanas, o movimento organizou seis protestos que bloquearam algumas das avenidas mais importantes de São Paulo. Após os protestos ganharem um caráter massivo (alguns excederam um milhão de pessoas), tanto a prefeitura quanto o governo do estado cederam e reduziram as tarifas. As mobilizações de junho foram horizontais, apartidárias e baseadas na ação direta. Esses eventos guardam semelhança com outras mobilizações recentes, como o Ocupe Wall Street e o Movimento 15M na Espanha, mas são diferentes em um importante aspecto: eles tinham apenas uma demanda - a redução de 20 centavos nas tarifas de ônibus e metrô. Essa demanda única permitiu ao movimento desenvolver uma estratégia clara e bem-sucedida, ao passo que conservaram a horizontalidade e a criatividade contracultural de outros novos movimentos. Na verdade, essa série de protestos pode ter propiciado com modelo para a coordenação de um interesse em processos que apontam estrategicamente para resultados específicos.
ISSN:2176-6665