HISTOPLASMOSE EM PACIENTES NÃO IMUNOSSUPRIMIDOS DE UMA ÁREA ENDÊMICA NO NORDESTE DO BRASIL
Introdução: A histoplasmose, uma micose sistêmica causada pelo fungo dimórfico Histoplasma capsulatum, é endêmica no Ceará. Dados em pacientes não imunossuprimidos são escassos nesta região do Brasil. Objetivo: Descrever uma série de casos de histoplasmose em pacientes não imunossuprimidos diagnosti...
Main Authors: | , , , |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Elsevier
2022-09-01
|
Series: | Brazilian Journal of Infectious Diseases |
Online Access: | http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1413867022001556 |
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author | Terezinha M. Silva Leitão Nina Brunet Saraiva Rodrigues Luís Arthur Brasil Gadelha Farias Lisandra Serra Damasceno |
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description | Introdução: A histoplasmose, uma micose sistêmica causada pelo fungo dimórfico Histoplasma capsulatum, é endêmica no Ceará. Dados em pacientes não imunossuprimidos são escassos nesta região do Brasil. Objetivo: Descrever uma série de casos de histoplasmose em pacientes não imunossuprimidos diagnosticados em Fortaleza/CE. Método: Estudo tipo série de casos, realizado por meio da revisão de prontuários de pacientes não imunossuprimidos com o diagnóstico confirmado através de isolamento do fungo em culturas; ou com diagnóstico provável, quando o paciente apresentava quadro clínico sugestivo de histoplasmose, exposição de risco para a doença, além de detecção de anticorpos em amostras de soro, de pacientes residentes no Ceará, Nordeste do Brasil, entre 2011 e 2021. Resultados: Inicialmente, foram identificados 21 pacientes. Quatro pacientes foram excluídos: dois pacientes tinham condições imunossupressoras, um paciente tinha sorologia discordante para HIV não investigada e um paciente não tinha registro médico disponível. Assim, 17 pacientes foram incluídos nesta série. O sexo masculino foi o mais acometido na razão de 13:4 (masculino:feminino). A forma pulmonar aguda foi a mais frequente (n = 8), seguida da disseminada crônica (n = 6), disseminada progressiva (n = 2) e pulmonar crônica (n = 1). Seis pacientes necessitaram de hospitalização devido a uma apresentação inicial mais grave, sendo tratados com anfotericina B e itraconazol. Dez pacientes receberam apenas itraconazol. As principais manifestações clínicas na forma pulmonar aguda foram tosse (4/8), dor torácica (3/8), dispneia (3/8), febre (3/8), disfagia (1/8) e hemoptise (1/8). Os principais achados da tomografia computadorizada (TC) de tórax foram linfonodos mediastinais (2/8), massa linfonodal no hilo pulmonar (1/8), nódulos pulmonares (4/8) e opacidades do lobo pulmonar superior (1/8). Os pacientes que apresentavam a forma disseminada progressiva da histoplasmose, apresentaram síndrome febril subaguda como sintoma primário. Na forma crônica disseminada as principais manifestações clínicas foram febre (3/6), emagrecimento (3/6), tosse (2/6), odinofagia (2/6) e artralgia (1/6). Todos os pacientes com esta forma clínica apresentavam exposição de risco para histoplasmose. Conclusão: A exposição ambiental ao micro nicho do fungo deve ser lembrada nesta população para que a histoplasmose seja diagnosticada mais precocemente, pois apesar das formas pulmonares agudas serem autolimitadas, podem evoluir com desfecho desfavorável. |
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spelling | doaj.art-7a1b200b2ef54692ba1dbe249febf5a92022-12-22T01:44:20ZengElsevierBrazilian Journal of Infectious Diseases1413-86702022-09-0126102468HISTOPLASMOSE EM PACIENTES NÃO IMUNOSSUPRIMIDOS DE UMA ÁREA ENDÊMICA NO NORDESTE DO BRASILTerezinha M. Silva Leitão0Nina Brunet Saraiva Rodrigues1Luís Arthur Brasil Gadelha Farias2Lisandra Serra Damasceno3Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ), Fortaleza, CE, BrasilHospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ), Fortaleza, CE, BrasilHospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ), Fortaleza, CE, BrasilHospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ), Fortaleza, CE, BrasilIntrodução: A histoplasmose, uma micose sistêmica causada pelo fungo dimórfico Histoplasma capsulatum, é endêmica no Ceará. Dados em pacientes não imunossuprimidos são escassos nesta região do Brasil. Objetivo: Descrever uma série de casos de histoplasmose em pacientes não imunossuprimidos diagnosticados em Fortaleza/CE. Método: Estudo tipo série de casos, realizado por meio da revisão de prontuários de pacientes não imunossuprimidos com o diagnóstico confirmado através de isolamento do fungo em culturas; ou com diagnóstico provável, quando o paciente apresentava quadro clínico sugestivo de histoplasmose, exposição de risco para a doença, além de detecção de anticorpos em amostras de soro, de pacientes residentes no Ceará, Nordeste do Brasil, entre 2011 e 2021. Resultados: Inicialmente, foram identificados 21 pacientes. Quatro pacientes foram excluídos: dois pacientes tinham condições imunossupressoras, um paciente tinha sorologia discordante para HIV não investigada e um paciente não tinha registro médico disponível. Assim, 17 pacientes foram incluídos nesta série. O sexo masculino foi o mais acometido na razão de 13:4 (masculino:feminino). A forma pulmonar aguda foi a mais frequente (n = 8), seguida da disseminada crônica (n = 6), disseminada progressiva (n = 2) e pulmonar crônica (n = 1). Seis pacientes necessitaram de hospitalização devido a uma apresentação inicial mais grave, sendo tratados com anfotericina B e itraconazol. Dez pacientes receberam apenas itraconazol. As principais manifestações clínicas na forma pulmonar aguda foram tosse (4/8), dor torácica (3/8), dispneia (3/8), febre (3/8), disfagia (1/8) e hemoptise (1/8). Os principais achados da tomografia computadorizada (TC) de tórax foram linfonodos mediastinais (2/8), massa linfonodal no hilo pulmonar (1/8), nódulos pulmonares (4/8) e opacidades do lobo pulmonar superior (1/8). Os pacientes que apresentavam a forma disseminada progressiva da histoplasmose, apresentaram síndrome febril subaguda como sintoma primário. Na forma crônica disseminada as principais manifestações clínicas foram febre (3/6), emagrecimento (3/6), tosse (2/6), odinofagia (2/6) e artralgia (1/6). Todos os pacientes com esta forma clínica apresentavam exposição de risco para histoplasmose. Conclusão: A exposição ambiental ao micro nicho do fungo deve ser lembrada nesta população para que a histoplasmose seja diagnosticada mais precocemente, pois apesar das formas pulmonares agudas serem autolimitadas, podem evoluir com desfecho desfavorável.http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1413867022001556 |
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