Esgarçamento do futuro
Ao se acompanhar as representações de futuro da cidade de São Paulo produzidas ao longo da década de 1950, percebe-se uma importante mudança no sentimento hegemônico em relação a ele. No início da década, o futuro da cidade era visto com otimismo e dominantemente representado como o de um cresciment...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | Spanish |
Published: |
Universidade de São Paulo (USP)
2018-08-01
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Series: | Plural |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.revistas.usp.br/plural/article/view/148913 |
Summary: | Ao se acompanhar as representações de futuro da cidade de São Paulo produzidas ao longo da década de 1950, percebe-se uma importante mudança no sentimento hegemônico em relação a ele. No início da década, o futuro da cidade era visto com otimismo e dominantemente representado como o de um crescimento contínuo e ilimitado. No final da década, em contraste, continuava-se imaginando que o destino da metrópole seria crescer indefinidamente, mas isso passara a ser motivo de preocupação e pessimismo. A passagem de um sentimento ao outro é marcada, em um primeiro momento, pelo acirramento das discussões entre urbanistas que ocupavam posições importantes no campo político. No entanto, foi a partir da entrada vigorosa
das ciências humanas nos debates sobre a cidade, que o pessimismo se consolidou como sentimento dominante. Como se procura argumentar ao longo do artigo, a
mudança dos ânimos não foi fruto exclusivo da argumentação dos cientistas sociais e veio acompanhada de transformações na divisão do trabalho de dominação: figuras antes importantes nos debates sobre a cidade perderam espaço para um grupo de novos intelectuais, que se impuseram e passaram a controlar o debate público sobre São Paulo. |
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ISSN: | 0104-6721 2176-8099 |