Summary: | RESUMO Este artigo analisa um debate na linguística brasileira da década de 1980, quando Fernando Tarallo, José Borges Neto e Ana Lúcia de Paula Müller divergiram sobre a sociolinguística paramétrica. Na perspectiva de estudo da Historiografia da Linguística e a partir de um quadro sociorretórico de análise, que define diretrizes teórico-metodológicas desta proposta, o texto apresenta (i) considerações sobre o que se compreende nesta interpretação como retórica e (ii) uma análise historiográfica do debate. Esse olhar analítico considera para sua perspectiva interpretativa elementos discursivos dos discursos adotados no debate (ou seja, a retórica assumida pelos linguistas) e também elementos de natureza social, que podem circunscrever esses discursos em grupos específicos de pesquisadores em ciência da linguagem no Brasil. Aponta-se para o fato de que o debate em questão, diversas vezes referenciado quando se trata de uma história da linguística brasileira, manteve a sua natureza polêmica, evidenciando que a retórica dos linguistas, quando considerada pelo olhar historiográfico, deve ser compreendida a partir da sua inscrição social e histórica.
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