Summary: | O artigo confronta a distinção entre poder e violência em Hannah Arendt, e está dividido em duas partes. Na primeira, ele apresenta a definição arendtiana de poder. Na segunda, faz comentários críticos que se desdobram na defesa da "tradição teórica" criticada por Arendt e na análise de duas conseqüências da visão da autora: a supressão das relações conflituosas da vida política e, com isso, o limitado valor heurístico de seu conceito de poder. A análise conclui que a ausência do conflito na teoria de Arendt está ancorada numa distinção radical entre o mundo político e o mundo social. Por fim, o artigo aponta que a definição arendtiana de poder como "ação em concerto" toca na questão central da "organização", mas sem problematizá-la, isto é, sem levar em conta os seus efeitos sobre a igualdade política.<br>The aim of this article is the distinction between power and violence in Hannah Arendt. It has two parts. The first makes a presentation of Arendt’s definition of power. The second consists of some critical comments, beggining with a defense of the "theoretical tradition" criticized by Arendt and then sorting out two related problems of her interpretation: the suppression of conflict from political life and, therefore, the limited heuristic value of her concept of power. The article concludes that the absence of conflict in Arendt's theory of power is based on a radical distinction between the political and the social worlds. Finally, it suggests that, though her definition of power as "action in concert" touches on the central issue of "organization", such definition does not take in account the effects of the latter on political equality.
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