Summary: | Este artigo procura contribuir para o estudo sobre como, durante o Estado Novo, em Angola, os filmes foram usados, por via da militância política, como instrumento ao serviço da luta de libertação. Após contextualizar o uso do cinema pelos movimentos independentistas das ex-colónias portuguesas, questiono se a actividade cineclubista em Angola contribuiu para o surgimento de um cinema de causas e se o facto da luta pela independência de Angola ter sido mostrada em reportagens internacionais filmadas foi determinante para o uso do filme como uma arma, ainda antes da influência do manifesto “Towards a Third Cinema” (1969), de Solanas e Getino. Particularizo o caso do uso do cinema pelo MPLA e analiso, num estudo de caso central para a história do cinema feito em África, os filmes “angolanos” de Sarah Maldoror que adaptam cinematograficamente os contos de Luandino Vieira sobre militância e encarceramento colonial.
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