Entre a retórica do cuidado e a burocracia esportiva: infâncias trans em jogo

Neste ensaio, discutimos a participação de pessoas trans no esporte de alto rendimento. Nos serviremos de um caso divulgado na mídia, consistindo em material de domínio público, como fio condutor da discussão. O discurso psicobiomédico, assentado no pressuposto de unidade do sujeito e organizado nu...

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Bibliographic Details
Main Authors: Talita Machado Vieira, José Sterza Justo, Leonardo Lemos de Souza
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Santa Catarina 2022-09-01
Series:Motrivivência
Subjects:
Online Access:https://periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/view/86465
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description Neste ensaio, discutimos a participação de pessoas trans no esporte de alto rendimento. Nos serviremos de um caso divulgado na mídia, consistindo em material de domínio público, como fio condutor da discussão. O discurso psicobiomédico, assentado no pressuposto de unidade do sujeito e organizado numa matriz cis-heteronormativa binária, contribui para produzir e operar a noção de coerência na classificação dos corpos. No esporte, um de seus efeitos se apresenta na objeção à participação de atletas trans nas arenas esportivas, recorrendo a critérios biofisiológicos que consideram os hormônios andrógenos determinantes para o aumento do desempenho. Argumento que pode ser questionado ao olharmos para casos de crianças trans impossibilitadas ou dificultadas de participar do esporte. Aqui, os hormônios cedem lugar ao aparelho jurídico-institucional para fazer funcionar a burocracia esportiva e seu controle sobre os corpos. Ao expor os limites deste argumento, encontramos as razões biopolíticas que atravessam a gestão dos corpos.
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publishDate 2022-09-01
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