Unidade de Internamento Psiquiátrico para Jovens dos 15 aos 25 Anos: Um Estudo de Follow-up

Introdução: A adolescência e início da idade adulta, são fases do ciclo de vida marcadas por grandes transformações físicas, psicológicas e sociais. A faixa etária de transição, entre os15 e 25 anos, é considerada uma idade de risco para o desenvolvimento de psicopatologia, represen...

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Main Authors: Sofia Vaz Pinto, Inês Oliveira, Inês Barroca, Beatriz Leal, Mónica Mata, Catarina Garcia Ribeiro, Ana Afonso Quintão, Rita Amaro, Sarah do Amaral, Rebeca Cifuentes, Pedro Caldeira da Silva, José Salgado
Format: Article
Language:English
Published: Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental 2023-09-01
Series:Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental
Subjects:
Online Access:http://www.revistapsiquiatria.pt/index.php/sppsm/article/view/448
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description Introdução: A adolescência e início da idade adulta, são fases do ciclo de vida marcadas por grandes transformações físicas, psicológicas e sociais. A faixa etária de transição, entre os15 e 25 anos, é considerada uma idade de risco para o desenvolvimento de psicopatologia, representando um período crítico de oportunidades e desafios para a intervenção em saúde mental. O nosso objetivo foi realizar um estudo de follow-up a 4 anos dos jovens internados durante o ano de 2018 na unidade de internamento agudo psiquiátrico Unidade Partilhada, destinado a jovens dos 15 aos 25 anos de idade; pretendeu‐se avaliar as características sociodemográficas e clínicas da amostra, as características do internamento, a taxa de reinternamento, o estado psicopatológico, qualidade de vida, grau de satisfação com os cuidados prestados e manutenção do seguimento em consulta; estabelecendo relações entre as variáveis mencionadas Métodos: Entrevista telefónica padronizada, com aplicação da versão reduzida do Mental Health Inventory (MHI) e o Instrumento Abreviado de Avaliação da Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde; consulta de processo clínico. Resultados: Há uma maior percentagem de doentes do sexo feminino (52,1%). O diagnóstico de alta de perturbação do humor (54,3%) foi significativamente superior no sexo feminino e o de perturbação psicótica (23,4%) foi significativamente superior no sexo masculino (Fisher= 40; p<0,001). A duração do internamento (média=16,1 dias; DP=13,6 dias) foi significativamente superior para as perturbações psicóticas em comparação com as perturbações do humor (p=0,009). Dos jovens, 41,5% foram readmitidos, 6,3% num período inferior a 30 dias e 35,2% num período inferior a 365 dias. À data da entrevista de follow-up, 80,9% consideram estar “melhor”; e 62,7% estar “satisfeitos” ou “muito satisfeitos” com a sua vida. Mantêm acompanhamento em consulta 74,5%, sendo a pontuação do MHI significativamente inferior nos jovens sem seguimento atual. Referem estar “muito satisfeitos” ou “mais que muito” com o atendimento prestado, 37,2%. Conclusão: O conhecimento e obtenção de dados que permitam a caracterização do internamento psiquiátrico em idade de transição é fundamental para a planificação, organização e otimização dos cuidados prestados a esta população. A valorização da opinião do doente e a aproximação entre profissionais de saúde e doentes jovens, favorece a adesão ao tratamento.
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