ESAÚ E JACOB E MEMORIAL DE AYRES: MANUSCRITOS QUE VIAJAM

Resumo Este artigo examina os manuscritos dos romances Esaú e Jacob (1904) e Memorial de Ayres (1908) de Machado de Assis. Os dois dossiês genéticos são compostos, respectivamente, por 834 e 484 fólios e encontram-se na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro. Com base na tipologia de docum...

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Bibliographic Details
Main Author: ANA CLÁUDIA SURIANI DA SILVA
Format: Article
Language:English
Published: Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Series:Machado de Assis em Linha
Subjects:
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description Resumo Este artigo examina os manuscritos dos romances Esaú e Jacob (1904) e Memorial de Ayres (1908) de Machado de Assis. Os dois dossiês genéticos são compostos, respectivamente, por 834 e 484 fólios e encontram-se na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro. Com base na tipologia de documentação genética estabelecida por De Biasi (1996), estabeleço o tipo de documento genético que eles constituem. Os dois dossiês genéticos desafiam a tradicional extrapolação das trajetórias textuais representada por um dossiê genético particular, ou seja, uma cadeia cronológica de documentos que vai de planos iniciais de trabalho ao texto concreto. Partindo de dados obtidos a partir da análise codicológica dos dois documentos, dos contratos e da correspondência passiva e ativa do autor, mostrarei que: 1) a produção de uma "cópia passada a limpo" para a composição da primeira edição dos romances serviu para o escritor como uma ferramenta de retextualização, levando-o de volta à fase da composição, o que gerou diversas transformações escriturais e materiais nos fólios; e 2) que os dois documentos serviram como base para a composição tipográfica da primeira edição dos respectivos romances. Vários estágios, fases, funções operacionais e tipos de fólios estão presentes em cada documento. Eles testemunham o trabalho de preparação e retextualização do manuscrito bon à tirer e o processo de produção das primeiras edições, que começa oficialmente quando o editor adquire as obras por contrato e envia os manuscritos para Paris.
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