Ser pai no subúrbio ferroviário de Salvador: um estudo de caso com homens de camadas populares<A NAME="n1"></A> Being a father in the railroad suburb of Salvador: a study case with men from popular classes

Realizamos um estudo de cunho etnográfico com homens de camadas populares, pais de crianças menores de seis anos, procurando conhecer suas vivências em torno da paternidade e estabelecendo nexos com discursos e práticas. Utilizamos observação participante, através de visitas freqüentes aos domicílio...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Vânia Bustamante
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Estadual de Maringá 2005-12-01
Series:Psicologia em Estudo
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-73722005000300007
Description
Summary:Realizamos um estudo de cunho etnográfico com homens de camadas populares, pais de crianças menores de seis anos, procurando conhecer suas vivências em torno da paternidade e estabelecendo nexos com discursos e práticas. Utilizamos observação participante, através de visitas freqüentes aos domicílios, por um período de nove meses, e entrevistas semi-estruturadas. Observamos que, para os informantes, sentir-se pai não está determinado pelo laço biológico com a criança, e sim, fortemente influenciado pela qualidade da relação com a parceira e a própria experiência como filho. Ser provedor é condição necessária para ter uma relação afetiva com os filhos, da qual os cuidados corporais tendem a estar excluídos, por serem considerados atribuição feminina. Estar presente como pai envolve múltiplos sentidos, tanto concretos quanto psíquicos. Sugerimos por fim que o tema continue a ser estudado, diferenciando-se três dimensões - sociocultural, relacional e individual -, e que seja incluído nas reflexões sobre práticas de saúde.<br>We have developed a study under ethnographic basis with men from popular classes, fathers of children under 6 years old, trying to find out their experiences regarding paternity; making logical links between discourse and practice. We used participative observation, through frequent visits to homes for a nine-month period and semi-structured interviews. We have found that, for the interviewed men, the feeling of being a father is not determined by the biological link to the child, but strongly influenced by the quality of relation they have with their female partner and their own experience as a son. Being a provider is a necessary condition to have an affective relation with their children, in which physical care tends to be excluded as they consider it to be a feminine work. Being present as a father involves multiple, concrete, and psychic senses. As a conclusion, we suggest that this subject should be kept on continue studies, noticing three different levels - socio-cultural, relational and individual - and it should be included in the health practices discussion.
ISSN:1413-7372
1807-0329