Nada dá certo

Os homens sempre e por toda parte fizeram alguma coisa sobre ou com a “natureza”. Mas as questões não são as mesmas em todos os lugares e as tomadas de decisões que disso resultam podem seguir vias totalmente divergentes. As introduções ou as reintroduções das espécies se multiplicaram a partir de...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Lucienne Strivay, Catherine Mougenot
Format: Article
Language:English
Published: Universidade de Brasília 2018-02-01
Series:Anuário Antropológico
Subjects:
Online Access:https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6892
Description
Summary:Os homens sempre e por toda parte fizeram alguma coisa sobre ou com a “natureza”. Mas as questões não são as mesmas em todos os lugares e as tomadas de decisões que disso resultam podem seguir vias totalmente divergentes. As introduções ou as reintroduções das espécies se multiplicaram a partir de empreendimentos cujo sucesso nunca foi evidente. Considerando-os de perto, descobrimos que são como misturas entre receitas populares, fórmulas de tecnociências e também surpresas que os seres vivos sempre reservaram. Neste artigo defendemos esta ideia seguindo as trajetórias do coelho europeu (Oryctolagus cuniculus) até a Austrália ou Nova-Zelândia. Examinamos os modos como tais trajetórias se cruzaram com outras maneiras de entrar em relação com, de um lado, os não humanos e, de outro, com a ecologia aplicada que acabava de ser descoberta no início do século XX. Diversas controvérsias se sucederam a partir de então. Estas podem ser descritas como crises ou momentos a serem esquecidos. Para nós, elas aparecem antes de tudo como maneiras de desvendar os grandes trabalhos de ordenamento. Não há nenhuma categoria clara nessas histórias, nenhum equilíbrio. Somente seres vivos que se cruzam, se transformam, se sobrepõem, se evitam.
ISSN:0102-4302
2357-738X