Summary: | Guiado pela Teoria das Representações Sociais, este estudo objetivou apreender as representações sociais da violência-bullying elaboradas por 343 alunos do Ensino Médio de duas escolas públicas em Cuiabá, Mato Grosso. Os instrumentos usados foram questionário biossociodemográfico e a técnica de associação livre de palavras cujos estímulos foram: (i) escola, (ii) violência-bullying, (iii) eu mesmo. Os softwares SPSS e Tri-deux foram usados para processar as informações. Os resultados indicaram a predominância do sexo feminino (53,6%), com faixa etária entre 12 a 17 anos (M=15,94; DP= 1,17). Os achados mostraram que os alunos da primeira escola investigada objetivaram o estimulo escola nos elementos: amigos, cansaço, notas, uniforme, livros, professores, provas e tarefas, e ancoram-no nas dimensões psicopedagógica e afetiva. Em relação ao estímulo violência-bullying os estudantes objetivaram em: exclusão, preconceito, violência, sofrimento, idiotice e depressão, ancorando-o na esfera psicossocial e psicoafetiva. O estímulo eu mesmo foi objetivado em: preguiçoso, ancorado na autopercepção negativa. Os alunos da segunda escola objetivaram o estímulo escola como: aprendizagem, educação, respeito e bagunça, ancorando o mesmo na esfera psicopedágogica. O estímulo violência-bullying foi objetivado nos elementos briga, xingar e morte e ancorado nas esferas relacional e histórico-factual. Em relação ao estímulo eu mesmo as objetivações dos estudantes giraram em torno: alegre, estudioso, educado e simpático e ancorado na autopercepção positiva. Quanto às ancoragens dos estímulos escola e violência-bullying, os estudantes de ambas as escolas investigadas os ancoraram em esferas semelhantes. Os resultados revelaram a magnitude do problema que jovens estudantes vivenciam em seus cotidianos escolares. Nesse sentido, as representações sociais revelaram o construto trazendo a tona o seu caráter multifacetado e plural, exigindo deste modo construção de estratégias e implementação de ações conjuntas na comunidade escolar para que o bullying seja enfrentado. Acredita-se que os resultados ampliem a literatura sobre a violência-bullying e contribuam para reflexões acerca deste fenômeno na construção de programas de ação na escola que possam minimizar os efeitos nefastos advindos desse tipo de violência.
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