“Homem é tudo igual!”

Pretendemos, neste artigo, abordar os processos de construção de masculinidades no arquipélago de Cabo Verde tomando como via de acesso as relações afetivas hétero e homossexuais. Partindo da afirmação que está no título, ouvida com frequência tanto por mulheres heterossexuais quanto por homens gay...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Andréa de Souza Lobo, Francisco Paolo Vieira Miguel
Format: Article
Language:English
Published: Universidade de Brasília 2020-08-01
Series:Anuário Antropológico
Subjects:
Online Access:https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/33763
Description
Summary:Pretendemos, neste artigo, abordar os processos de construção de masculinidades no arquipélago de Cabo Verde tomando como via de acesso as relações afetivas hétero e homossexuais. Partindo da afirmação que está no título, ouvida com frequência tanto por mulheres heterossexuais quanto por homens gays, buscaremos demonstrar como os caminhos pelos quais a masculinidade se constrói nesta sociedade coloca as relações afetivas em um limiar delicado e permeado por símbolos negativos quando expressas por essas mulheres heterossexuais e homens gays: do não público, do não romântico, do não íntimo e do quase exclusivamente sexual. A partir dos dados etnográficos aqui analisados, desenvolvemos dois argumentos centrais para pensar masculinidades: 1) que o modus operandus dos homens com os gays não passa somente pela noção de vergonha, mas por um ethos masculino mais geral; 2) que não é suficiente pensar o papel do homem apenas como cônjuge, mas também como irmão e, principalmente, filho.
ISSN:0102-4302
2357-738X