Summary: | http://dx.doi.org/10.5007/1807-9288.2016v12n1p54
Em 1988, Ivo Castro, responsável pela edição crítica da obra de Fernando Pessoa para a Imprensa Nacional Casa da Moeda, perguntava, numa comunicação intitulada “Edição Crítica de Pessoa: O Modelo Editorial Adoptado”: “como negar ao leitor o máximo de conhecimento sobre o que está escrito por Pessoa nos manuscritos, quando sabemos que dentro de uma geração, provavelmente, nem o leitor, nem nós, seremos ainda capazes de decifrar a tinta sumida dos papéis?”. Neste artigo mantenho que a codificação das fases de escrita no Livro do Desassossego permite representar o processo de composição textual que é interpretado de maneira diferente pelos especialistas. A especificidade da escrita pessoana presenta uma série de dificuldades que os especialistas enfrentam de forma diferente. Desta forma, a comparação entre o trabalho realizado com a edição crítica e o trabalho realizado com a codificação informática permite pôr em paralelo os problemas e soluções adotados em dois momentos diferenciados dos estudos pessoanos e dos estudos humanísticos em geral.
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