Summary: | Este artigo objetiva refletir a respeito da produção de arte como dispositivo de discussão para a problemática da invisibilidade negra no Rio Grande do Sul, sua implicância na (re)construção de uma identidade em meio a questões políticas e sociais contemporâneas. Propomos através da arte contemporânea, uma narrativa mais pluralizada que a inclua histórias da população negra, muitas vezes marginalizadas ou registradas de forma superficial na historiografia local das cidades gaúchas. Nesse sentido, propomos apresentar como primeira narrativa a representação de Luciana Lealdina de Araújo, ex escrava na cidade de Pelotas no século XIX, cuja história fora marcada pela trajetória ligada a benemerência e religiosidade. Sua história possibilita o levantamento de questões sobre o contexto social em que viveu, sobre a dificuldade como mulher negra no conseguir apoio para criar uma instituição para meninas órfãs, e sobre a visibilidade de sua memória nos dias de hoje. Acreditamos que a arte urbana promove o encontro de várias culturas, desperta para a reflexão entre arte e política, uma vez que atua como fator que dialoga com as diferentes cidades existentes em um mesmo espaço e, dessa forma, no devir que acompanha cada proposta de Arte. Esta pesquisa, ligada à dissertação de mestrado em Artes Visuais da Universidade Federal de Pelotas, busca promover o debate multidisciplinar ente Arte e Política, tendo a intervenção urbana como ponto circunstancial para a discussão sobre o tema proposto.
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