Anti-contos: de Diderot a Sena
Análise do modo como dois textos (“Conto brevíssimo”, de Jorge de Sena, e “Isto não é um conto”, de Denis Diderot) exploram a subversão de diferentes princípios narrativos do conto, jogando não só com os seus elementos mais firmemente estabelecidos como também com as expectativas do leitor, frustra...
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Published: |
UA Editora
2019-02-01
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Análise do modo como dois textos (“Conto brevíssimo”, de Jorge de Sena, e “Isto não é um conto”, de Denis Diderot) exploram a subversão de diferentes princípios narrativos do conto, jogando não só com os seus elementos mais firmemente estabelecidos como também com as expectativas do leitor, frustrando-as de forma mais ou menos deliberada. O conto de Sena começa – e termina – com uma (auto)reflexão sobre o tema da brevidade no conto e das implicações desta tensão no próprio acto de narrar, deixando apenas um brevíssimo espaço para a exposição da narrativa, num movimento que o mesmo identifica como “desistência
de narrar”. No conto de Diderot, o autor aproveita-se das expectativas do leitor, antecipando desde logo um desfecho que irá, no final, corresponder à totalidade das premissas reveladas. A ausência de um elemento de perturbação, num texto em que acontece exactamente aquilo que o narrador avisa no seu início, torna-se ensurdecedora e, ao mesmo tempo, provocante, se considerarmos a advertência traduzida quer no seu título como na passagem subsequente: “ou que é, em caso de dúvida, um mau conto”. Em ambos os casos está subjacente – e em grande parte através do uso de mecanismos de ironia – uma provocação que expõe a necessidade da sua reinterpretação à luz dos respectivos princípios que procuram fracturar.
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spelling | doaj.art-8894ee7e6cf04320bbd2d598379444c12023-11-23T05:54:28ZengUA EditoraForma Breve1645-927X2183-47092019-02-011410.34624/fb.v0i14.331Anti-contos: de Diderot a SenaDiogo Fernandes0IELT/Departamento de Estudos Portugueses. Faculdade de Ciências Sociais e Humanas/Universidade Nova de Lisboa Análise do modo como dois textos (“Conto brevíssimo”, de Jorge de Sena, e “Isto não é um conto”, de Denis Diderot) exploram a subversão de diferentes princípios narrativos do conto, jogando não só com os seus elementos mais firmemente estabelecidos como também com as expectativas do leitor, frustrando-as de forma mais ou menos deliberada. O conto de Sena começa – e termina – com uma (auto)reflexão sobre o tema da brevidade no conto e das implicações desta tensão no próprio acto de narrar, deixando apenas um brevíssimo espaço para a exposição da narrativa, num movimento que o mesmo identifica como “desistência de narrar”. No conto de Diderot, o autor aproveita-se das expectativas do leitor, antecipando desde logo um desfecho que irá, no final, corresponder à totalidade das premissas reveladas. A ausência de um elemento de perturbação, num texto em que acontece exactamente aquilo que o narrador avisa no seu início, torna-se ensurdecedora e, ao mesmo tempo, provocante, se considerarmos a advertência traduzida quer no seu título como na passagem subsequente: “ou que é, em caso de dúvida, um mau conto”. Em ambos os casos está subjacente – e em grande parte através do uso de mecanismos de ironia – uma provocação que expõe a necessidade da sua reinterpretação à luz dos respectivos princípios que procuram fracturar. https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/331brevidadelimitesdesfechoenredoironiasubversão |
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