O projeto político pedagógico do curso de graduação em enfermagem no contexto da formação indígena

A inclusão de indígenas no meio acadêmico enseja que o processo formativo de tais estudantes se constitua numa ferramenta de valorização cultural. A formação pautada em um currículo monoculturalista e que agrava as relações de poder, não nos parece o ideal, uma vez que ignora os múltiplos saberes da...

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Bibliographic Details
Main Authors: Micnéias Lacerda Botelho, Darci Secchi
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Estácio de Sá 2014-06-01
Series:Revista Educação e Cultura Contemporânea
Online Access:http://periodicos.estacio.br/index.php/reeduc/article/view/768
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description A inclusão de indígenas no meio acadêmico enseja que o processo formativo de tais estudantes se constitua numa ferramenta de valorização cultural. A formação pautada em um currículo monoculturalista e que agrava as relações de poder, não nos parece o ideal, uma vez que ignora os múltiplos saberes das culturas e as estratégias de produção, circulação e consolidação de significados. O presente estudo propõe-se a analisar o currículo do Curso de Graduação em Enfermagem da UFMT/Campus Sinop, tendo como foco de análise o processo formativo dos discentes indígenas. A coleta de dados deu-se por meio de entrevistas que procuraram identificar as percepções dos sujeitos acerca do currículo desenvolvido ao longo do curso. Foram entrevistados quatro acadêmicos indígenas e seis docentes que ministraram disciplina para esses acadêmicos. Os resultados colhidos indicam que o currículo não valoriza as questões culturais, os saberes, a oralidade ou qualquer outra especificidade das culturas indígenas. O desafio, que ainda não foi assumido, é o de descolonizar o saber disciplinar e possibilitar o convívio interdisciplinar e intercultural, vale dizer, integrar os múltiplos saberes existentes nas culturas e nas sociedades. Embora o acesso ao ensino superior para indígenas, atualmente, já seja uma realidade, tal fato, por si só, não tem sido suficiente para gerar as mudanças estruturais nos currículos dos cursos. Os saberes autóctones permanecem à margem dos currículos, dos diálogos em sala. Os “novos intelectuais’ formados nos cursos superiores – sejam indígenas ou não – permanecem desconectados e descompromissados com a grave situação de saúde existente nas aldeias
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