Cuidando do Cuidador em UTIs Pediátrica e Neonatal

A morte é vista como vergonha e fracasso, evento a ser combatido a todo custo. A equipe de enfermagem lida com as perdas, dor, morte e luto no seu cotidiano. Após terem participado do curso: “Os profissionais de saúde e educação: A morte na prática do seu cotidiano” uma equipe de enfermagem de um h...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Maria Julia Kovács, Ingrid Esslinger, Nancy Vaiciunas, Telma Moreira Souza
Format: Article
Language:English
Published: Centro Universitário São Camilo 2008-01-01
Series:O Mundo da Saúde
Subjects:
Online Access:https://revistamundodasaude.emnuvens.com.br/mundodasaude/article/view/815
Description
Summary:A morte é vista como vergonha e fracasso, evento a ser combatido a todo custo. A equipe de enfermagem lida com as perdas, dor, morte e luto no seu cotidiano. Após terem participado do curso: “Os profissionais de saúde e educação: A morte na prática do seu cotidiano” uma equipe de enfermagem de um hospital público de São Paulo, buscou a colaboração dos profissionais do Laboratório de Estudos sobre a Morte do Instituto de Psicologia da USP para lidar com as situações acima referidas, o que motivou a criação do projeto “Cuidando do cuidador no contexto hospitalar”. Neste artigo apresenta-se a modalidade de trabalho denominada de Reuniões Temáticas com os seguintes objetivos: a)aquecimento da equipe para o tema central a ser abordado; b) aprofundamento do tema trazido pela equipe; c) planejamento da ação de cuidados pensada pelo grupo. As atividades foram: relaxamento, desconexão, introspecção, participação em atividades expressivas e relatos verbais. O trabalho foi realizado na UTI Pediátrica e Neonatal do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (UTIP/N-HU-USP), a partir do atendimento de uma criança com doença congênita grave que demandava internação em Unidade de Terapia Intensiva. Participaram 10 profissionais da equipe de enfermagem desta unidade. A demanda inicial era aprender a lidar com a morte para “não sentir dor” e evitar um envolvimento intenso com seus pacientes. Entre os temas apresentados nesta reunião temática estão os seguintes: 1) Maior identificação com o papel de mãe do que com o de enfermeira; 2) Rompimento de vínculos; 3) O mundo da paciente (internada em UTI desde seu nascimento); 4) O inexorável: a morte; 5) A criança interna. Foi possível lidar com os sentimentos de cada membro do grupo e de seu conjunto percebendo as potencialidades e as fragilidades da equipe diante desta situação, respeitando-se os limites de cada pessoa, abrindo espaço para o planejamento de ações e estratégias de cuidado dentro da instituição.
ISSN:0104-7809
1980-3990