Animalidade no humano ou humanidade no animal?
Por meio da mitologia explicativa da origem da mulher na realidade panará e, das práticas sociais a ela vinculadas, é discutida a noção de corpo que nelas se expressa. É dada atenção aos termos e às qualidades valorizadas quando se reconhece o estatuto de subjetividade dos não humanos e de si mesmo....
Main Author: | |
---|---|
Format: | Article |
Language: | Portuguese |
Published: |
Universidade Federal da Grande Dourados
2016-11-01
|
Series: | Revista Ñanduty |
Subjects: | |
Online Access: | http://ojs.ufgd.edu.br/index.php/nanduty/article/view/5757 |
_version_ | 1828522395839758336 |
---|---|
author | Adriana Werneck Regina |
author_facet | Adriana Werneck Regina |
author_sort | Adriana Werneck Regina |
collection | DOAJ |
description | Por meio da mitologia explicativa da origem da mulher na realidade panará e, das práticas sociais a ela vinculadas, é discutida a noção de corpo que nelas se expressa. É dada atenção aos termos e às qualidades valorizadas quando se reconhece o estatuto de subjetividade dos não humanos e de si mesmo. O artigo explora como o jaburu e os humanos são simbolizados identificando o comportamento, o afeto, a fisionomia e os saberes transversais a eles. O Panará se casou com a ave jaburu tornada humana, nas atuais características físicas dos corpos humanos inscrevem-se qualidades do jaburu que, por sua vez, reincidiam em suas formas corporais animal e humana na ancestralidade, quando alterava o seu corpo. Pessoas altas são apreendidas como descendentes deste não humano. A diminuição do tamanho das gerações atuais é explicada pelo não cumprimento das regras que a ave ensinou revelando a descendência animal como imanente, independente da característica física realizar-se concreta ou potencialmente. As subjetividades não humanas atuaram na configuração do modo de viver panará, sendo discernido de qual sujeito aprenderam tal prática social. A alteridade com a anta e a cutia também serão exploradas discernindo quais aspectos físicos e culturais são reconhecidos nos corpos humanos do povo panará que revelam a ingerência destes não humanos. As noções de animalidade e humanidade são instrumentos empregados para controlar o que há de animal e humano na constituição de uma subjetividade. A narrativa demonstra como a metamorfose corporal, a mudança cultural e as coletividades não humanas estão inter-relacionadas. sendo o panará um povo classificado como jê setentrional, este estudo contribui para o reconhecimento de um perpétuo dinamismo na construção das relações sociais fundado na abertura para a interação com as novidades. |
first_indexed | 2024-12-11T20:07:08Z |
format | Article |
id | doaj.art-89b164d06ba04e86985ff11b3ba155a8 |
institution | Directory Open Access Journal |
issn | 2317-8590 |
language | Portuguese |
last_indexed | 2024-12-11T20:07:08Z |
publishDate | 2016-11-01 |
publisher | Universidade Federal da Grande Dourados |
record_format | Article |
series | Revista Ñanduty |
spelling | doaj.art-89b164d06ba04e86985ff11b3ba155a82022-12-22T00:52:22ZporUniversidade Federal da Grande DouradosRevista Ñanduty2317-85902016-11-01452535Animalidade no humano ou humanidade no animal?Adriana Werneck ReginaPor meio da mitologia explicativa da origem da mulher na realidade panará e, das práticas sociais a ela vinculadas, é discutida a noção de corpo que nelas se expressa. É dada atenção aos termos e às qualidades valorizadas quando se reconhece o estatuto de subjetividade dos não humanos e de si mesmo. O artigo explora como o jaburu e os humanos são simbolizados identificando o comportamento, o afeto, a fisionomia e os saberes transversais a eles. O Panará se casou com a ave jaburu tornada humana, nas atuais características físicas dos corpos humanos inscrevem-se qualidades do jaburu que, por sua vez, reincidiam em suas formas corporais animal e humana na ancestralidade, quando alterava o seu corpo. Pessoas altas são apreendidas como descendentes deste não humano. A diminuição do tamanho das gerações atuais é explicada pelo não cumprimento das regras que a ave ensinou revelando a descendência animal como imanente, independente da característica física realizar-se concreta ou potencialmente. As subjetividades não humanas atuaram na configuração do modo de viver panará, sendo discernido de qual sujeito aprenderam tal prática social. A alteridade com a anta e a cutia também serão exploradas discernindo quais aspectos físicos e culturais são reconhecidos nos corpos humanos do povo panará que revelam a ingerência destes não humanos. As noções de animalidade e humanidade são instrumentos empregados para controlar o que há de animal e humano na constituição de uma subjetividade. A narrativa demonstra como a metamorfose corporal, a mudança cultural e as coletividades não humanas estão inter-relacionadas. sendo o panará um povo classificado como jê setentrional, este estudo contribui para o reconhecimento de um perpétuo dinamismo na construção das relações sociais fundado na abertura para a interação com as novidades.http://ojs.ufgd.edu.br/index.php/nanduty/article/view/5757Panará. Corpo. Não humano. |
spellingShingle | Adriana Werneck Regina Animalidade no humano ou humanidade no animal? Revista Ñanduty Panará. Corpo. Não humano. |
title | Animalidade no humano ou humanidade no animal? |
title_full | Animalidade no humano ou humanidade no animal? |
title_fullStr | Animalidade no humano ou humanidade no animal? |
title_full_unstemmed | Animalidade no humano ou humanidade no animal? |
title_short | Animalidade no humano ou humanidade no animal? |
title_sort | animalidade no humano ou humanidade no animal |
topic | Panará. Corpo. Não humano. |
url | http://ojs.ufgd.edu.br/index.php/nanduty/article/view/5757 |
work_keys_str_mv | AT adrianawerneckregina animalidadenohumanoouhumanidadenoanimal |