Cancro Cutâneo em Doentes com Transplante Renal: Incidência e Associações com Fatores Clínicos e Sociodemográficos
Introdução/Objetivos: Os doentes transplantados têm maior risco de cancro cutâneo não melanoma, sobretudo basaliomas e carcinomas espinocelulares. Os objetivos do estudo foram determinar a incidência destas neoplasias numa série de doentes com transplante renal e pesquisar associações destas com va...
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Format: | Article |
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Ordem dos Médicos
2013-05-01
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Series: | Acta Médica Portuguesa |
Online Access: | https://www.actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/4104 |
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author | João Borges-Costa João Pedro Vasconcelos Ana Rita Travassos José Guerra Alice Santana André Weigert Manuel Sacramento Marques |
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Introdução/Objetivos: Os doentes transplantados têm maior risco de cancro cutâneo não melanoma, sobretudo basaliomas e carcinomas espinocelulares. Os objetivos do estudo foram determinar a incidência destas neoplasias numa série de doentes com transplante renal e pesquisar associações destas com variáveis clínicas e demográficas. Material e Métodos: Estudo prospetivo com observação dermatológica e entrevista a 127 doentes com transplante renal observados pela primeira vez no entre Julho de 2010 e Dezembro de 2011. Todos os tumores cutâneos diagnosticados tiveram confirmação histológica. Os testes utilizados foram os testes não paramétricos de Mann-Whitney, teste do Qui-quadrado e teste exato de Fisher, com um nível de significância de 5%. Resultados: A média de idades foi 53 anos (s = 12,98) e 67% (85 / 127) dos doentes eram do sexo masculino. A média de anos decorridos desde o transplante foi oito anos (s = 4,61) e no exame objetivo diagnosticou-se cancro cutâneo não melanoma em 16% (20 / 127) dos doentes, com igual número de basaliomas e carcinomas espinocelulares. Nas áreas fotoexpostas observaram-se queratoses actínicas e verrugas virais em, respetivamente, 24% (30 / 127) e 8% (10 / 127) dos doentes. O cancro cutâneo não melanoma diagnosticado no nosso estudo esteve significativamente associado a maior idade (p = 0,016), maior duração do período sob imunossupressão (p = 0,003), atividade laboral no passado ao ar livre (p = 0,049) e com queratoses actínicas nas áreas fotoexpostas (p < 0,001). O único fármaco associado a estes tumores nesta série foi a medicação atual com azatioprina (p = 0,035 no teste exato de Fischer). Conclusões: A incidência de cancro cutâneo é elevada na nossa série e estes doentes beneficiariam de educação sobre medidas de fotoproteção e seguimento dermatológico regular. Este seguimento aumenta a adesão dos doentes a essas medidas e permite reduzir a incidência destes tumores cutâneos malignos.
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