Modernidade e indeterminação em “O lobo da estepe”
Dada a posição excêntrica de Hermann Hesse dentro da literatura de língua alemã no século XX, quase como um “outsider” retrógrado, o objetivo do presente artigo é tentar situar O lobo da estepe (1927) nas discussões sobre a “modernidade literária”. Para esse fim, serão realizadas considerações que...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | deu |
Published: |
Universidade de São Paulo
2021-02-01
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Series: | Pandaemonium Germanicum: Revista de Estudos Germanísticos |
Subjects: | |
Online Access: | https://www.revistas.usp.br/pg/article/view/182289 |
Summary: | Dada a posição excêntrica de Hermann Hesse dentro da literatura de língua alemã no século XX, quase como um “outsider” retrógrado, o objetivo do presente artigo é tentar situar O lobo da estepe (1927) nas discussões sobre a “modernidade literária”. Para esse fim, serão realizadas considerações que demonstram como o livro representa um sujeito no contexto do mundo moderno dos anos 1920 e como o romance adota uma estrutura multiperspectiva que reflete os novos modos de representação que começaram a ser explorados na forma literária moderna. Essa estrutura será analisada com base nas categorias narratológicas propostas por Genette (1995), apontando as três diferentes perspectivas sobre o protagonista Harry Haller presentes no livro: a do “Prefácio do editor”, “As Anotações de Harry Haller” e o “Tratado do lobo da estepe”. A partir da análise, discutir-se-á a possibilidade de entender os acontecimentos narrados nas “Anotações” como frutos da imaginação ou como depoimento autobiográfico do protagonista. No primeiro caso, o livro se encaixaria na categoria do realismo, no segundo, na literatura fantástica. Por fim, serão comparadas as diversas edições do livro – que apresentam diferenças significativas – de modo a evidenciar como a estrutura narrativa pode favorecer a classificação do romance como fantástico.
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ISSN: | 1414-1906 1982-8837 |