Canudos: organização, poder e o processo de institucionalização de um modelo de governança comunitária
Antônio Conselheiro e seus seguidores protagonizaram no semi-árido sertanejo do Bello Monte (Bahia, 1893-97) um curioso empreendimento comunitário que alcançou o expressivo crescimento populacional de 10 335% em apenas quatro anos de existência e que resistiu, por quase 10 meses, às investidas de ce...
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Fundação Getulio Vargas, Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas
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description | Antônio Conselheiro e seus seguidores protagonizaram no semi-árido sertanejo do Bello Monte (Bahia, 1893-97) um curioso empreendimento comunitário que alcançou o expressivo crescimento populacional de 10 335% em apenas quatro anos de existência e que resistiu, por quase 10 meses, às investidas de cerca da metade do efetivo da força terrestre brasileira de então. Não é razoável imaginar que semelhante feito tenha prescindido de um sistema de organização e governo minimamente eficaz, malgrado seu trágico destino. Neste artigo, esse sistema organizacional é analisado com base em três dimensões - a econômica, a política e a religiosa - e no processo de institucionalização das formas de organização e governança locais que as mesmas inspiraram. A partir de uma leitura semiológica dos referentes organizacionais do universo conselheirista e do cotejo das três fontes utilizadas na pesquisa - os depoimentos dos descendentes dos sobreviventes do episódio, os relatos dos cronistas-testemunhas do fato e a historiografia sobre a temática -, as conclusões da pesquisa apontam no sentido de que Canudos teria sido um grande mutirão, cuja liderança assumiu uma forma a qual identificamos como a do "coronel com o sinal trocado" ou de um "coronel pelo avesso", parodiando a imagem euclidiana de Antônio Conselheiro. |
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