Toxinfecção alimentar numa creche do concelho de Ponte de Lima

Justificação: O aumento da incidência dos surtos de toxinfecção alimentar e os problemas sócio-económicos que este facto acarreta continuam a constituir uma fonte de preocupação no distrito de Viana do Castelo. Entre 2001 e 2003, vários surtos de toxinfecção alimentar ocorreram neste distrito e s...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Emídio Morais
Format: Article
Language:English
Published: Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar 2004-09-01
Series:Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar
Subjects:
Online Access:https://rpmgf.pt/ojs/index.php/rpmgf/article/view/10074
Description
Summary:Justificação: O aumento da incidência dos surtos de toxinfecção alimentar e os problemas sócio-económicos que este facto acarreta continuam a constituir uma fonte de preocupação no distrito de Viana do Castelo. Entre 2001 e 2003, vários surtos de toxinfecção alimentar ocorreram neste distrito e seis deles foram tão graves, que muitos doentes foram hospitalizados. Em Setembro de 2003, ocorreu novo surto, desta vez numa creche de Ponte de Lima. Objectivos: Os principais objectivos deste estudo consistiram na identificação do agente e da fonte de infecção para implementação de um conjunto de medidas de prevenção e controlo. Tipo de estudo: Foi efectuado um estudo de coortes, observacional e analítico e os dados recolhidos através de um questionário utilizado em casos de epidemia. População: O universo do estudo correspondeu às 88 crianças que consumiram os alimentos servidos às refeições. Resultados: O período médio de incubação correspondeu a 42 horas; o agrupamento de sinais e sintomas mais frequente foi «hipertermia, cefaleias, náuseas, vómitos, dor abdominal e diarreia aquosa»; a gravidade da doença foi moderada e a duração média de 5,8 dias; as taxas de ataque por alimento consumido não foram calculadas porque todas as crianças ingerem os vários tipos de alimentos servidos às refeições; foram isolados coliformes fecais e Escherichia coli nos alimentos enviados para análise e identificadas duas manipuladoras de alimentos portadoras assintomáticas de Salmonella enterica. Conclusões: Estas características e o facto do período de exposição ao agente coincidir com o da E. coli enterotoxigénica apontam para esta bactéria como o mais provável agente da toxinfecção. A concretização deste estudo foi importante por ter contribuído para melhorar as condições de higiene e segurança na área alimentar, da cantina da creche de Ponte de Lima.
ISSN:2182-5181