Perfil de crise hipertensiva: prevalência e apresentação clínica Hypertensive crisis profile: prevalence and clinical presentation

OBJETIVO: Avaliar a prevalência, o quadro clínico e as lesões orgânicas envolvidas em uma crise hipertensiva. MÉTODO: Estudo retrospectivo de análise de prontuários médicos de pacientes com elevação dos níveis de pressão arterial diastólica > 120 mmHg e sintomáticos, atendidos em setor de emergên...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: José Fernando Vilela Martin, Érika Higashiama, Evandro Garcia, Murilo Rizzatti Luizon, José Paulo Cipullo
Format: Article
Language:English
Published: Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) 2004-08-01
Series:Arquivos Brasileiros de Cardiologia
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2004001400004
Description
Summary:OBJETIVO: Avaliar a prevalência, o quadro clínico e as lesões orgânicas envolvidas em uma crise hipertensiva. MÉTODO: Estudo retrospectivo de análise de prontuários médicos de pacientes com elevação dos níveis de pressão arterial diastólica > 120 mmHg e sintomáticos, atendidos em setor de emergência de hospital universitário durante 12 meses. Urgência foi caracterizada como elevação sintomática da pressão arterial sem evidências de lesão em órgão-alvo e, emergência hipertensiva, como elevação sintomática da pressão arterial com evidências de lesão aguda ou em evolução de órgão-alvo. RESULTADOS: Incluídos 452 pacientes com crise hipertensiva, representando 0,5% de todas as emergências clínico-cirúrgicas, sendo 273 (60,4%) de urgência e 179 (39,6%) de emergência hipertensiva. Não conheciam ser hipertensos 18%. Tabagismo e diabetes foram fatores de risco associados ao desenvolvimento de crise hipertensiva em 1/4 e 1/5 dos pacientes, respectivamente. Pacientes com emergência apresentaram maior idade (59,6 ± 14,8 vs 49,9 ± 18,6 anos, p < 0,001) e maior pressão arterial diastólica (129,1 ± 12 vs 126,6 ± 14,4 mmHg, p < 0,05) do que aqueles com urgência hipertensiva. Acidente vascular encefálico isquêmico e edema agudo de pulmão foram as emergências hipertensivas mais comuns, compatíveis com as manifestações clínicas mais freqüentemente encontradas de déficit neurológico e dispnéia. CONCLUSÃO: Crise hipertensiva respondeu por 0,5% de todos os atendimentos de emergência do estudo e a 1,7% das emergências clínicas, sendo a urgência mais comum que a emergência hipertensiva. Acidente vascular encefálico isquêmico e edema agudo de pulmão foram as lesões em órgãos-alvo mais freqüentes nas emergências hipertensivas.<br>OBJECTIVE: To assess the prevalence of hypertensive crisis, related clinical findings, and the organic lesions involved. METHOD: This retrospective study comprised the analysis of the medical records of symptomatic patients with an elevation in diastolic blood pressure levels > 120 mmHg, who sought the emergency unit of a university-affiliated hospital over 12 months. Hypertensive urgency was characterized as the symptomatic elevation of blood pressure levels with no evidence of target-organ lesions, and hypertensive emergency was characterized as the symptomatic elevation of blood pressure levels with evidence of acute or ongoing target-organ lesion. RESULTS: This study comprised 452 patients with hypertensive crisis, accounting for 0.5% of all clinicosurgical emergencies, of which, 273 (60.4%) were hypertensive urgencies and 179 (39.6%) were hypertensive emergencies. Eighteen percent of the patients ignored their hypertensive condition. Smoking and diabetes were risk factors associated with the development of a hypertensive crisis in 1/4 and 1/5 of the patients, respectively. The patients with a hypertensive emergency were older (59.6±14.8 versus 49.9±18.6 years, p < 0.001) and had greater diastolic blood pressure (129.1±12 versus 126.6±14.4 mmHg, p < 0.05) than those with hypertensive urgencies. Ischemic stroke and acute pulmonary edema were the most common hypertensive emergencies, being in accordance with the most frequently found clinical manifestations of neurologic deficit and dyspnea. CONCLUSION: Hypertensive crises accounted for 0.5% of all emergency cases studied and for 1.7% of all clinical emergencies, hypertensive urgency being more common than hypertensive emergency. Ischemic stroke and acute pulmonary edema were the most frequent target-organ lesions in hypertensive emergencies.
ISSN:0066-782X
1678-4170