Summary: | Este trabalho teve, como objetivo principal, a análise das letras das canções presentes em um folheto de autoria desconhecida (“Rubros Cantares”) que circulou pela cidade de São Paulo, Brasil, durante o curto período da greve anarquista de 1917. Pôde-se constatar, a partir da leitura do material, que o anarquismo brasileiro do início do século XX utilizou-se das canções de protesto e de crítica social como forma de fortalecer um “estado emocional coletivo” entre o operariado que propiciasse as condições de emergência de um movimento protestatório de cunho revolucionário. No que diz respeito às temáticas trabalhadas nas letras, pôde-se observar que elas transitavam em pelo menos sete eixos principais: (a) valores; (b) denúncia e esclarecimento da pobreza e da situação de vida da classe trabalhadora; (c) crítica à burguesia, ao Estado e à política; (d) utopia de uma sociedade anarquista; (e) necessidade de um movimento revolucionário; (f) realidade da revolução em outros países e internacionalismo; e (g) aproximações do vocabulário religioso católico e da mitologia grega com o sofrimento da classe trabalhadora.
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