Summary: | O presente artigo tem como objetivo problematizar a in/exclusão escolar e a formação docente como estratégias de governamento, estabelecendo nexos com os conceitos de governamentalidade, biopoder e biopolítica a partir das teorizações de Michel Foucault. O material de análise elencado foi os discursos presentes na Política Nacional de Educação Especial numa perspectiva inclusiva do Ministério da Educação – Secretaria de Educação Especial (MEC – SEESP) do ano 2008, que legitima definitivamente o atendimento dos alunos incluídos juntamente com os alunos considerados normais, alicerçado num ideário de tolerância e respeito à diversidade. Utiliza-se como uma opção metodológica discussões sob a ótica dos pós-estruturalistas, referenciando autores como Thoma, Lopes, Veiga-Neto, Revel, Traversini, Costa, entre outros buscando compreender as condições de possibilidades que constituíram a inclusão como uma verdade que coloca em funcionamento uma lógica de governo contemporâneo. Nesses movimentos de pesquisa pôde-se compreender os processos de in/exclusão como um imperativo do nosso tempo, ultrapassando a premissa do direito de acesso e permanência do aluno na escola, servindo como uma prática de governamento dos sujeitos envolvidos em processos inclusivos, colocando- os a serviço de uma lógica neoliberal, que vai além de um sistema econômico, envolvendo também questões sociais e políticas, agindo no sentido da determinação de condutas e controlando os riscos sociais através do esquadrinhamento e do processo de normalização da população. Seguindo esta premissa, a atuação do professor e seu processo de formação docente também são subjetivados por tais discursos sendo uma eficiente estratégia de governamento também deste segmento escolar que opera a favor da lógica citada.
Palavras-chave: in/exclusão, formação docente. estudos foucaultianos.
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