Síndrome Compartimental em Envenenamento por mordedura de serpente Bitis arietans em Angola: caso clínico
Introdução: O envenenamento por mordedura de serpentes constitui uma séria condição médica e uma emergência médico-cirúrgica frequente, que afecta, primariamente, as comunidades rurais de África, América Latina, Ásia e Nova Guiné. Causam um número elevado de vítimas que podem evoluir para morte, ou...
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| Format: | Article |
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| Published: |
Rede Académica das Ciências da Saúde da Lusofonia - RACS
2023-07-01
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| Series: | RevSALUS |
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| Online Access: | https://revsalus.com/index.php/RevSALUS/article/view/609 |
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| author | Paula Oliveira Nelson Baldaia Jéssica Campos Cerezo Hossior Gaspar |
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Introdução: O envenenamento por mordedura de serpentes constitui uma séria condição médica e uma emergência médico-cirúrgica frequente, que afecta, primariamente, as comunidades rurais de África, América Latina, Ásia e Nova Guiné. Causam um número elevado de vítimas que podem evoluir para morte, ou debilidades físicas permanentes. Em toda África Austral e Oriental, a Bitis arietans é responsável pela maioria dos casos de envenenamento grave e morte. Objetivos: Apresentar o primeiro caso clínico de síndrome compartimental por mordedura de Bitis arietans em Angola. Material e Métodos: Tratou-se de uma caso clínico, de um indivíduo do sexo masculino, de 42 anos, natural da (Província do Bengo), que foi vítima de mordedura de uma serpente identificada por fotografia como sendo (Bitis arietans) no dorso da mão direita entre o polegar e o indicador, por volta das 19h00 do dia 15/09/2022, com abordagem médica inicial no Hospital do Bengo, onde foi feita reposição volêmica com solução salina a 0,9% e posteriormente transferido para o banco de urgência do Hospital Militar Principal onde chegou por volta das 21h00. Resultados: O paciente apresentou síndrome compartimental do membro superior direito e sangramento profuso do local da picada com lesões flectenulares ao nível do antebraço, limitação dos movimentos e doloroso à palpação. Polegar com lesão puntiforme sangrante e pele enegrecida, tórax assimétrico a custa de aumento de volume da região peitoral direita, doloroso à palpação e sem enfisema subcutâneo. Após um período de 92 dias de internamento hospitalar, foi submetido a 9 cirurgias, evoluiu satisfatoriamente apesar de estadia prolongada, tendo-se feito a aproximação cirúrgica dos bordos da ferida cirúrgica e se decidido alta hospitalar com seguimento em consulta de Cirurgia. Conclusões: O espectro multivariado de complicações clínicas desenvolvidas e apresentadas neste caso clínico por envenenamento por Bitis arietans demonstra que os acidentes ofídicos possuem características únicas que tornam a sua prevenção e controle desafiadores. A inacessibilidade imediata a cuidados de saúde diferenciados, tendem a aumentar as complicações e a probabilidade de óbito, quando associarmos o facto do soro antiofídico não ser produzido no nosso país e indisponíveis nos hospitais.
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| spelling | doaj.art-92761f49698e462fa3c0958682e188992023-07-18T18:04:30ZengRede Académica das Ciências da Saúde da Lusofonia - RACSRevSALUS2184-48602184-836X2023-07-015Sup10.51126/revsalus.v5iSup.609Síndrome Compartimental em Envenenamento por mordedura de serpente Bitis arietans em Angola: caso clínicoPaula Oliveira0Nelson Baldaia1Jéssica Campos2Cerezo Hossior Gaspar3Departamento de Biomedicina do Centro Nacional de Investigação Científica, Luanda, Angola.Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital Militar Principal/Instituto Superior, Luanda, Angola.Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital Militar Principal/Instituto Superior, Luanda, Angola.Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital Militar Principal/Instituto Superior, Luanda, Angola. Introdução: O envenenamento por mordedura de serpentes constitui uma séria condição médica e uma emergência médico-cirúrgica frequente, que afecta, primariamente, as comunidades rurais de África, América Latina, Ásia e Nova Guiné. Causam um número elevado de vítimas que podem evoluir para morte, ou debilidades físicas permanentes. Em toda África Austral e Oriental, a Bitis arietans é responsável pela maioria dos casos de envenenamento grave e morte. Objetivos: Apresentar o primeiro caso clínico de síndrome compartimental por mordedura de Bitis arietans em Angola. Material e Métodos: Tratou-se de uma caso clínico, de um indivíduo do sexo masculino, de 42 anos, natural da (Província do Bengo), que foi vítima de mordedura de uma serpente identificada por fotografia como sendo (Bitis arietans) no dorso da mão direita entre o polegar e o indicador, por volta das 19h00 do dia 15/09/2022, com abordagem médica inicial no Hospital do Bengo, onde foi feita reposição volêmica com solução salina a 0,9% e posteriormente transferido para o banco de urgência do Hospital Militar Principal onde chegou por volta das 21h00. Resultados: O paciente apresentou síndrome compartimental do membro superior direito e sangramento profuso do local da picada com lesões flectenulares ao nível do antebraço, limitação dos movimentos e doloroso à palpação. Polegar com lesão puntiforme sangrante e pele enegrecida, tórax assimétrico a custa de aumento de volume da região peitoral direita, doloroso à palpação e sem enfisema subcutâneo. Após um período de 92 dias de internamento hospitalar, foi submetido a 9 cirurgias, evoluiu satisfatoriamente apesar de estadia prolongada, tendo-se feito a aproximação cirúrgica dos bordos da ferida cirúrgica e se decidido alta hospitalar com seguimento em consulta de Cirurgia. Conclusões: O espectro multivariado de complicações clínicas desenvolvidas e apresentadas neste caso clínico por envenenamento por Bitis arietans demonstra que os acidentes ofídicos possuem características únicas que tornam a sua prevenção e controle desafiadores. A inacessibilidade imediata a cuidados de saúde diferenciados, tendem a aumentar as complicações e a probabilidade de óbito, quando associarmos o facto do soro antiofídico não ser produzido no nosso país e indisponíveis nos hospitais. https://revsalus.com/index.php/RevSALUS/article/view/609Síndrome compartimentalmordedura de serpenteBitis arietans |
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