SIFILIS SECUNDÁRIA – CORRELAÇÃO CLÍNICO PATOLÓGICA
Introdução: Nos últimos anos tem-se verificado um ressurgimento da sífilis. A infecção pelo Treponema pallidum encontra-se sobretudo associada ao uso inconsistente do preservativo e ao elevado número de parceiros sexuais nos meses que precedem o diagnóstico. Na sequência do aumento do número de caso...
Main Authors: | , , |
---|---|
Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia
2014-09-01
|
Series: | Revista da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia |
Subjects: | |
Online Access: | https://revista.spdv.com.pt/index.php/spdv/article/view/257 |
_version_ | 1819118925710884864 |
---|---|
author | Luís Uva João Borges-Costa Luís Soares-de-Almeida |
author_facet | Luís Uva João Borges-Costa Luís Soares-de-Almeida |
author_sort | Luís Uva |
collection | DOAJ |
description | Introdução: Nos últimos anos tem-se verificado um ressurgimento da sífilis. A infecção pelo Treponema pallidum encontra-se sobretudo associada ao uso inconsistente do preservativo e ao elevado número de parceiros sexuais nos meses que precedem o diagnóstico. Na sequência do aumento do número de casos diagnosticados, torna-se premente uma maior sensibilização das características clínico-patológicas da doença. Este artigo descreve e correlaciona as características clínicas e histopatológicas de sífilis secundária em 7 doentes observados no Serviço de Dermatologia do Hospital Santa Maria, em Lisboa, Portugal.
Material e Métodos: Foram estudadas nove biópsias de lesões mucocutâneas de sete doentes com sífilis secundária, observados entre 2009 e 2013, tendo sido correlacionados os achados histopatológicos com os achados clínicos.
Resultados: O presente estudo revelou um largo espectro de alterações histopatológicas que variam desde um infiltrado inflamatório com localização à derme superficial até uma extensão perivascular na derme profunda. Apesar de se verificar alguma correlação entre os diversos padrões de inflamação e o tipo de lesões cutâneas, as lesões maculares associaram-se com um infiltrado inflamatório superficial enquanto as lesões papulares, maculopapulares e nodulares se associaram a um processo inflamatório profundo. O tipo de célula predominante no infiltrado foi o plasmócito. Os neutrófilos foram observados apenas num caso de condylomata lata.
Conclusões: As características histopatológicas de sífilis secundária parecem ser tão variadas como as características clínicas. É da responsabilidade dos profissionais que lidam com estes doentes estarem particularmente atentos à grande variedade semiológica desta patologia, lembrarem-se de o colocar como hipótese diagnóstica clínica e estarem conscientes da necessidade de estabelecer uma estreita interacção com os dermatopatologistas. A colaboração entre patologistas e clínicos permite uma correlação da clínica, serologias e achados histopatológicos de forma a estabelecer mais plausivelmente o diagnóstico de sífilis. |
first_indexed | 2024-12-22T05:56:37Z |
format | Article |
id | doaj.art-932523a3aeaf41aa9bcff679458e455c |
institution | Directory Open Access Journal |
issn | 2182-2395 2182-2409 |
language | English |
last_indexed | 2024-12-22T05:56:37Z |
publishDate | 2014-09-01 |
publisher | Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia |
record_format | Article |
series | Revista da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia |
spelling | doaj.art-932523a3aeaf41aa9bcff679458e455c2022-12-21T18:36:42ZengSociedade Portuguesa de Dermatologia e VenereologiaRevista da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia2182-23952182-24092014-09-0172210.29021/spdv.72.2.257SIFILIS SECUNDÁRIA – CORRELAÇÃO CLÍNICO PATOLÓGICALuís Uva0João Borges-Costa1Luís Soares-de-Almeida2Interno de Dermatologia e Venereologia/Resident, Dermatology and Venereology, Serviço de Dermatologia/ Dermatology Department, Hospital de Santa Maria – Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), PortugalAssistente HospitalarGraduado de Dermatovenerologia, Serviço de Dermatologia, CHLN/Graduated Consultant of Dermatology, Dermatology Department, CHLN, Lisboa; Professor Auxiliar Convidado de Dermatologia da FML/ Professor of Dermatology and Venereology; Instituto de Higiene e Medicina Tropical, Lisboa, Portugal; Unidade de Investigação em Dermatologia, Instituto de Medicina Molecular, Lisboa, Portugal; Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, Portugal3Assistente Hospitalar Graduado de Dermatovenerologia, Serviço de Dermatologia, CHLN/Graduated Consultant of Dermatology, Dermatology Department, CHLN, Lisboa; Professor de Dermatologia da FML/Professor of Dermatology and Venereology; Unidade de Investigação em Dermatologia, Instituto de Medicina Molecular, Lisboa, Portugal; Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, PortugalIntrodução: Nos últimos anos tem-se verificado um ressurgimento da sífilis. A infecção pelo Treponema pallidum encontra-se sobretudo associada ao uso inconsistente do preservativo e ao elevado número de parceiros sexuais nos meses que precedem o diagnóstico. Na sequência do aumento do número de casos diagnosticados, torna-se premente uma maior sensibilização das características clínico-patológicas da doença. Este artigo descreve e correlaciona as características clínicas e histopatológicas de sífilis secundária em 7 doentes observados no Serviço de Dermatologia do Hospital Santa Maria, em Lisboa, Portugal. Material e Métodos: Foram estudadas nove biópsias de lesões mucocutâneas de sete doentes com sífilis secundária, observados entre 2009 e 2013, tendo sido correlacionados os achados histopatológicos com os achados clínicos. Resultados: O presente estudo revelou um largo espectro de alterações histopatológicas que variam desde um infiltrado inflamatório com localização à derme superficial até uma extensão perivascular na derme profunda. Apesar de se verificar alguma correlação entre os diversos padrões de inflamação e o tipo de lesões cutâneas, as lesões maculares associaram-se com um infiltrado inflamatório superficial enquanto as lesões papulares, maculopapulares e nodulares se associaram a um processo inflamatório profundo. O tipo de célula predominante no infiltrado foi o plasmócito. Os neutrófilos foram observados apenas num caso de condylomata lata. Conclusões: As características histopatológicas de sífilis secundária parecem ser tão variadas como as características clínicas. É da responsabilidade dos profissionais que lidam com estes doentes estarem particularmente atentos à grande variedade semiológica desta patologia, lembrarem-se de o colocar como hipótese diagnóstica clínica e estarem conscientes da necessidade de estabelecer uma estreita interacção com os dermatopatologistas. A colaboração entre patologistas e clínicos permite uma correlação da clínica, serologias e achados histopatológicos de forma a estabelecer mais plausivelmente o diagnóstico de sífilis.https://revista.spdv.com.pt/index.php/spdv/article/view/257Diagnóstico diferencialHistopatologiaImunohistoquímicaSífilisTreponema pallidum |
spellingShingle | Luís Uva João Borges-Costa Luís Soares-de-Almeida SIFILIS SECUNDÁRIA – CORRELAÇÃO CLÍNICO PATOLÓGICA Revista da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia Diagnóstico diferencial Histopatologia Imunohistoquímica Sífilis Treponema pallidum |
title | SIFILIS SECUNDÁRIA – CORRELAÇÃO CLÍNICO PATOLÓGICA |
title_full | SIFILIS SECUNDÁRIA – CORRELAÇÃO CLÍNICO PATOLÓGICA |
title_fullStr | SIFILIS SECUNDÁRIA – CORRELAÇÃO CLÍNICO PATOLÓGICA |
title_full_unstemmed | SIFILIS SECUNDÁRIA – CORRELAÇÃO CLÍNICO PATOLÓGICA |
title_short | SIFILIS SECUNDÁRIA – CORRELAÇÃO CLÍNICO PATOLÓGICA |
title_sort | sifilis secundaria correlacao clinico patologica |
topic | Diagnóstico diferencial Histopatologia Imunohistoquímica Sífilis Treponema pallidum |
url | https://revista.spdv.com.pt/index.php/spdv/article/view/257 |
work_keys_str_mv | AT luisuva sifilissecundariacorrelacaoclinicopatologica AT joaoborgescosta sifilissecundariacorrelacaoclinicopatologica AT luissoaresdealmeida sifilissecundariacorrelacaoclinicopatologica |