Summary: | Introdução: A Fibrilhação Auricular (FA) é uma importante causa de morbimortalidade na população idosa. Os anticoagulantes orais assumem-se como eficazes na prevenção do Acidente Vascular Cerebral cardioembólico. Não existe evidência científica que suporte a decisão de escolha entre antagonistas da vitamina K (AVK) e novos anticoagulantes orais (NOAC), baseado no critério qualidade de vida.
Objetivo: Avaliar a qualidade de vida dos utentes com idade igual ou superior a 65 anos diagnosticados com FA não valvular e anticoagulados, seguidos nos Cuidados de Saúde Primários.
Métodos: Foi realizado um estudo observacional, transversal e analítico que envolveu uma amostra de utentes de sete Unidades de Saúde Familiar. A qualidade de vida foi avaliada usando a escala Duke Anticoagulation Satisfaction Scale. Foram realizadas análises descritivas e inferenciais.
Resultados: Aceitaram participar no estudo 292 utentes. A idade média dos participantes foi de 75,6 anos, sendo 52,1% do género feminino, 92,1% reformados e com baixo nível de escolaridade (81.8% com escolaridade igual ou menor que quatro anos). Observou-se diferença estatisticamente significativa do valor mediano na qualidade de vida, quando comparado o grupo de utentes a realizar terapêutica com NOAC versus grupo de utentes a realizar terapêutica com AVK (p<0,0001). Não se observaram diferenças significativas nas restantes variáveis estudadas.
Conclusão: A qualidade de vida dos utentes com idade igual ou superior a 65 anos, diagnosticados com FA não valvular, é influenciada pela escolha do tipo de anticoagulante (NOAC ou AVK), sendo o NOAC associado a melhor qualidade de vida.
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