Summary: | Resumo Os processos de beatificação e canonização, recebidos pelos órgãos da Igreja Católica, atendem a um longo procedimento, com resoluções canônicas que buscam reconhecer a vida extraordinária do candidato, investigar a sua fama de santidade e os possíveis milagres que lhe são atribuídos. No entanto, diferente das orientações institucionais, em diversos espaços e temporalidades, fiéis também atribuíram sacralidade a indivíduos por supostas graças/milagres alcançados ou uma identidade com elementos que envolvem narrativas de sacrifícios pessoais. A partir das propostas da História Cultural das Religiões, analisamos a invenção da fama de santidade de três personagens no Recife que foram venerados por integrantes de múltiplas camadas sociais durante o século XX. A partir das narrativas apresentadas em jornais, compreendemos como parte da população conferiu sentido aos cultos que estavam distantes de um reconhecimento da hierarquia eclesiástica romana. Nesse sentido, analisamos a construção das devoções sem a intervenção da Igreja em um instante de readaptação das relações do político com o religioso ou a partir de uma identidade social com a população.
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