CONTRIBUIÇÕES PARA UMA DESCRIÇÃO SEMÂNTICA DO VERBO “FICAR”: O QUE OS MANUAIS DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA (PLE) NÃO DIZEM

Ao tentar descrever os usos e significados do verbo ficar, constatamos que, embora o sentido locativo expresso pela frase ‘A PUC fica na Gávea’ se encontre constantemente nos manuais de Português Língua Estrangeira, a predicação de sentido locativo está longe de ser a mais usada pelos falantes em ge...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Paulo Osório, Ida Rebelo
Format: Article
Language:English
Published: Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos 2011-01-01
Series:Domínios de Lingu@gem
Online Access:http://www.seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/11398
Description
Summary:Ao tentar descrever os usos e significados do verbo ficar, constatamos que, embora o sentido locativo expresso pela frase ‘A PUC fica na Gávea’ se encontre constantemente nos manuais de Português Língua Estrangeira, a predicação de sentido locativo está longe de ser a mais usada pelos falantes em geral. Este facto parece levar o falante de outras línguas maternas, aprendendo Português como Segunda Língua ou Língua Estrangeira (PL2/E), a tomar, equivocadamente, a estrutura de sentido locativo como modelo para sistematizar construções do mesmo verbo com diferentes significados. As descrições da língua partem, algumas vezes, de hipóteses intuitivas e da leitura de gramáticas e manuais. Ao confrontar essas hipóteses com resultados de busca e análise de freqüência em corpora, podem revelar-se aspectos inicialmente encobertos. Apresentamos, aqui, a partir de um enfoque semântico-funcional, uma proposta de classificação dos significados mais frequentes das predicações com o verbo ficar, a fim de criar um quadro de referência para contestar os usos que são, normalmente, encontrados nos manuais e gramáticas de PLE. Pretendemos mostrar quais os significados mais frequentes em uso e em que contextos eles ocorrem.
ISSN:1980-5799