Summary: | Entre 2002 e 2004 foram realizados estudos de caso em três cooperativas de catadores apoiadas pelo poder público e localizadas em região de lixo rico da cidade do Rio de Janeiro, Brasil. A partir desses estudos, este artigo sugere que a semântica (negativa e positiva) do lixo seja considerada um aspecto importante quando de intervenções públicas como esta. A semântica negativa do lixo-associada à questão da sujeira-, inicialmente, considerada um obstáculo à organização dos catadores, permanece um desafio não totalmente superado. Da mesma forma, a semântica positiva também não ajuda muito a melhorar suas condições sociais e econômicas. Os desdobramentos das intervenções públicas realizadas sugerem que organizá-los em cooperativas nos moldes propostos é algo complexo, mas ao mesmo tempo imprescindível. De modo que se faz necessária uma maior interação entre ambos-poder público e catadores-, para que se possa dar conta dos paradoxos que a semântica (negativa ou positiva) do lixo representa para eles.
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