Tempo, magnitude e o mito do cinema moderno

<p>Este texto aborda três filmes ambientados em Portugal, cujas locações oferecem uma visão privilegiada da função do tempo e da magnitude no cinema, os quais, por sua vez, permitem reavaliar as categorias de clássico, moderno e pós-moderno aplicadas a esse meio. Trata-se de <em>O estado...

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Main Author: Lúcia Nagib
Format: Article
Language:English
Published: Associação de Investigadores da Imagem em Movimento 2014-01-01
Series:Aniki: Revista Portuguesa da Imagem em Movimento
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Online Access:http://aim.org.pt/ojs/index.php/revista/article/view/54
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description <p>Este texto aborda três filmes ambientados em Portugal, cujas locações oferecem uma visão privilegiada da função do tempo e da magnitude no cinema, os quais, por sua vez, permitem reavaliar as categorias de clássico, moderno e pós-moderno aplicadas a esse meio. Trata-se de <em>O estado das coisas </em>(<em>Der Stand der Dinge, </em>Wim Wenders, 1982)<em>, Terra estrangeira </em>(Walter Salles e Daniela Thomas, 1995) e <em>Mistérios de Lisboa </em>(Raúl Ruiz, 2010)<em>.</em> Neles, a cidade se compõe de círculos viciosos, espelhos, réplicas e <em>mise-en-abyme </em>que interrompem o movimento vertiginoso característico da cidade modernista do cinema dos anos 20. Curiosamente, é também o lugar em que a assim chamada estética pós-moderna finalmente encontra abrigo em contos auto-irônicos que expõem as insuficiências dos mecanismos narrativos no cinema. Para compensá-las, recorre-se a procedimentos de intermídia, tais como fotografias de Polaroid em <em>O estado das coisas </em>ou um teatro de papelão em <em>Mistérios de Lisboa</em>, que transformam uma realidade incomensurável em miniaturas fáceis de enquadrar e manipular. O real assim diminuído, no entanto, se revela um simulacro decepcionante, um <em>ersatz</em> da memória que evidencia o caráter ilusório da teleologia cosmopolita.</p>
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