Freud e (a ausência de) Pandora

A teoria freudiana da feminilidade é objeto de vários estudos. Tencionamos trazer uma contribuição a esse debate, mas, em vez de abordarmos os textos em que a mulher aparece explicitamente sob a pena freudiana, cuidamos de ler um texto específico de Freud em que ela não aparece, mas deveria aparece...

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Bibliographic Details
Main Author: Pedro Fernandez de Souza
Format: Article
Language:deu
Published: Imprensa da Universidade de Coimbra; Universidade de Brasília 2022-06-01
Series:Archai: Revista de Estudos sobre as Origens do Pensamento Ocidental
Subjects:
Online Access:https://impactum-journals.uc.pt/archai/article/view/10368
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spelling doaj.art-9abced2ef7c44bd7af2ee2a1d8efc3752023-01-03T15:56:06ZdeuImprensa da Universidade de Coimbra; Universidade de BrasíliaArchai: Revista de Estudos sobre as Origens do Pensamento Ocidental2179-49601984-249X2022-06-013210.14195/1984-249X_32_23Freud e (a ausência de) PandoraPedro Fernandez de Souza0Universidade Federal de São Carlos – São Carlos – Brasil A teoria freudiana da feminilidade é objeto de vários estudos. Tencionamos trazer uma contribuição a esse debate, mas, em vez de abordarmos os textos em que a mulher aparece explicitamente sob a pena freudiana, cuidamos de ler um texto específico de Freud em que ela não aparece, mas deveria aparecer. Trata-se do texto Zur Gewinnung des Feuers, de 1932, em que o pai da psicanálise interpreta o mito de Prometeu. O fato é que, em Hesíodo, a figura da primeira mulher (Pandora) é central, e sem ela o mito não pode ser compreendido em sua inteireza. Na versão de Freud, Pandora inexiste – ela não entra em consideração e não é sequer mencionada. Por isso, em vez do mito de Prometeu e Pandora, temos em Freud o mito de Prometeu – e isso não é sem consequências. Assim, a escrita masculina de Freud jazeria não somente ali onde ele discorre sobre a mulher, mas também onde ela sequer aparece. https://impactum-journals.uc.pt/archai/article/view/10368FreudHesíodomulherPrometeuPandora
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