Melhor é para frente: conflitos cognitivos nas nossas noções de evolução
Este estudo tem o objetivo de investigar, de um lado, os componentes conceptuais nas bases de diferentes concepções de evolução relativas a territórios discursivos diversos e, de outro, eventuais pontos de incompatibilidade entre esses componentes. Ancorado nos conceitos de metáfora (LAKOFF; JOHNSON...
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Format: | Article |
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Published: |
Universidade de Santa Cruz do Sul
2023-02-01
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Online Access: | https://online.unisc.br/seer/index.php/signo/article/view/17856 |
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author | Dalby Dienstbach |
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description | Este estudo tem o objetivo de investigar, de um lado, os componentes conceptuais nas bases de diferentes concepções de evolução relativas a territórios discursivos diversos e, de outro, eventuais pontos de incompatibilidade entre esses componentes. Ancorado nos conceitos de metáfora (LAKOFF; JOHNSON, 2002 [1980]) e de conflito cognitivo (REDDY, 2000 [1979]), procede-se à identificação de expressões metafóricas (STEEN et al., 2010), bem como das respectivas metáforas conceptuais (STEEN, 2011), em dois corpora: um corpus informado, composto pelas entradas “lamarquismo” e “darwinismo” na enciclopédia livre Wikipédia (2022); e um corpus espontâneo, que conta com quinhentas ocorrências do termo “evolução” e de formas derivadas na página do Corpus do Português (DAVIES, 2016) na internet. Os principais resultados mostram que as metáforas PROCESSO É TRAJETÓRIA e MODIFICAÇÃO É DESLOCAMENTO, que conceptualizam, respectivamente a evolução em termos de uma viagem e alterações no meio em termos de desvios na jornada ‒, são pontos de consonância tanto entre as duas explicações científicas abordadas no estudo quanto entre essas teorias e os usos espontâneos do termo “evolução”. O mesmo não se verifica no caso do mapeamento PROPÓSITO É DESTINO, segundo o qual os objetivos das alterações ao longo da evolução seriam entendidos como sendo o local de chegada da viagem. Enquanto se mostra coerente com tanto a visão lamarquiana quanto os usos espontâneos de “evolução”, essa metáfora gera conflito com os componentes conceptuais que sustentam o darwinismo, explicação mais rigorosamente aceita entre comunidades científicas e acadêmicas hoje. |
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institution | Directory Open Access Journal |
issn | 1982-2014 |
language | Portuguese |
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publishDate | 2023-02-01 |
publisher | Universidade de Santa Cruz do Sul |
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spelling | doaj.art-9ac0f47baa54496dbc69e4346f3f9f982023-06-07T17:01:26ZporUniversidade de Santa Cruz do SulSigno1982-20142023-02-01489112613910.17058/signo.v48i91.1785617230Melhor é para frente: conflitos cognitivos nas nossas noções de evoluçãoDalby Dienstbach0Fundação Getulio VargasEste estudo tem o objetivo de investigar, de um lado, os componentes conceptuais nas bases de diferentes concepções de evolução relativas a territórios discursivos diversos e, de outro, eventuais pontos de incompatibilidade entre esses componentes. Ancorado nos conceitos de metáfora (LAKOFF; JOHNSON, 2002 [1980]) e de conflito cognitivo (REDDY, 2000 [1979]), procede-se à identificação de expressões metafóricas (STEEN et al., 2010), bem como das respectivas metáforas conceptuais (STEEN, 2011), em dois corpora: um corpus informado, composto pelas entradas “lamarquismo” e “darwinismo” na enciclopédia livre Wikipédia (2022); e um corpus espontâneo, que conta com quinhentas ocorrências do termo “evolução” e de formas derivadas na página do Corpus do Português (DAVIES, 2016) na internet. Os principais resultados mostram que as metáforas PROCESSO É TRAJETÓRIA e MODIFICAÇÃO É DESLOCAMENTO, que conceptualizam, respectivamente a evolução em termos de uma viagem e alterações no meio em termos de desvios na jornada ‒, são pontos de consonância tanto entre as duas explicações científicas abordadas no estudo quanto entre essas teorias e os usos espontâneos do termo “evolução”. O mesmo não se verifica no caso do mapeamento PROPÓSITO É DESTINO, segundo o qual os objetivos das alterações ao longo da evolução seriam entendidos como sendo o local de chegada da viagem. Enquanto se mostra coerente com tanto a visão lamarquiana quanto os usos espontâneos de “evolução”, essa metáfora gera conflito com os componentes conceptuais que sustentam o darwinismo, explicação mais rigorosamente aceita entre comunidades científicas e acadêmicas hoje.https://online.unisc.br/seer/index.php/signo/article/view/17856metáforaconflito de framesevolução |
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