AS RELAÇÕES DE GÊNERO NA EXPERIÊNCIA MIGRATÓRIA DE PERUANO/AS NO RIO DE JANEIRO

Este artigo tem como objetivo refletir sobre o gênero como elemento que estrutura o fluxo internacional de pessoas, tendo como estudo de caso o/as peruano/as que moram no Rio de Janeiro. Caracterizado como a forma que as sociedades distinguem o masculino e o feminino a partir da diferença sexual (N...

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Bibliographic Details
Main Author: Camila Daniel
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal de Sergipe 2013-12-01
Series:Ambivalências
Subjects:
Online Access:http://seer.ufs.br/index.php/Ambivalencias/article/view/1693/2460
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description Este artigo tem como objetivo refletir sobre o gênero como elemento que estrutura o fluxo internacional de pessoas, tendo como estudo de caso o/as peruano/as que moram no Rio de Janeiro. Caracterizado como a forma que as sociedades distinguem o masculino e o feminino a partir da diferença sexual (NILCHONSON, 2000), o gênero se constitui também uma importante categoria para compreendermos a dinâmica das mobilidades internacionais. Este artigo se baseia no trabalho etnográfico realizado de julho de 2011 a dezembro de 2012 com peruano/as que chegaram no Rio de Janeiro principalmente como trabalhadores informais e como estudantes universitário/as. Refletiremos como o gênero afeta as oportunidades das mulheres peruanas de ir para o exterior, se inserir no Brasil, lidar com a vida familiar e a esfera pública- principalmente o trabalho e a educação superior. Na esfera privada, mesmo quando recebem apoio dos maridos, as peruanas ainda são consideradas as principais responsáveis pelo cuidado dos filhos e, portanto, elas se encarregam de decidir qual estratégia colocarão em prática para lidar com a maternidade no contexto migratório. Estas estratégias são elaboradas segundo um conjunto de fatores como a condição econômica, a relação dela com o pai do seu filho, as redes de relações e o capital social que elas dispõem. Já no campo da educação superior, no Rio de Janeiro, as áreas ciências exatas e tecnológicas se destacam pela grande presença de peruanos, principalmente homens, que chegam ao Rio de Janeiro para cursar a pós-graduação. No Peru, estas são áreas em que predomina a presença de homens, enquanto as mulheres se inserem mais em áreas de humanas, que, no Brasil, apresentam menor presença de estrangeiros. Estes casos nos mostram como o gênero atua como um classificador que estrutura as relações sociais transnacionalmente.
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