Enurese nocturna: Orientação pelos cuidados de saúde primários
Introdução: A Enurese Nocturna (EN) é o problema urológico pediátrico mais comum nos Cuidados de Saúde Primários (CSP). A prevalência aos sete anos de idade situa-se entre os 6% e os 10%, podendo ser fonte de grande perturbação da qualidade de vida das crianças e suas famílias. O Médico de Famíli...
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Format: | Article |
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Published: |
Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar
2007-05-01
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Series: | Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar |
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author | Alexandra Reis Patrícia Coelho |
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Introdução: A Enurese Nocturna (EN) é o problema urológico pediátrico mais comum nos Cuidados de Saúde Primários (CSP). A prevalência aos sete anos de idade situa-se entre os 6% e os 10%, podendo ser fonte de grande perturbação da qualidade de vida das crianças e suas famílias. O Médico de Família deverá estar sensibilizado e ser capaz de orientar correctamente as crianças com esta patologia.
Objectivos: Rever e sistematizar a informação recentemente publicada sobre a orientação da criança com EN; definir algoritmo de actuação e critérios de referenciação aos Cuidados de Saúde Secundários (CSS).
Metodologia: Realizou-se pesquisa na base de dados Medline, Cochrane e Índice de Revistas Médicas Portuguesas procurando artigos publicados entre 2000 e 2005. Incluíram-se artigos de revisão, revisões sistemáticas, ensaios clínicos, meta-análises, normas de orientação clínica e estudos originais portugueses. Foram também obtidos artigos pertinentes relacionados com os seleccionados previamente. Utilizou-se a taxonomia SORT.
Resultados: A avaliação inicial da EN requer uma história clínica, um exame físico dirigido e uma Urina tipo II. O tratamento deve ser oferecido quando a EN constitui um problema para a criança. O Aconselhamento, a Informação e o Reforço Positivo devem constituir a abordagem inicial; se não houver resposta temos como opções terapêuticas o alarme ou a desmopressina. Existe evidência clínica de que o alarme deverá ser considerado como primeira opção terapêutica, dada a maior probabilidade de sucesso a longo prazo; exige contudo, grande motivação da criança e família. Com a desmopressina obtêm-se resultados visíveis mais rapidamente, mas associa-se a elevada taxa de recidivas. A associação do alarme com a desmopressina é uma opção quando a monoterapia não resulta. Os casos de EN polissintomática ou de insucesso terapêutico deverão ser referenciados aos CSS.
Conclusão: Crianças com EN monossintómatica podem ser orientadas pelo seu Médico de Família. Apresenta-se uma proposta de algoritmo de actuação nos CSP baseado na evidência clínica.
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